A relação do homem com suas ferramentas e local de trabalho é o tema do novo livro de Eurico Salis. Segundo volume da trilogia que começou com O Solo e o Homem, Rio Grande do Sul – Homens e Máquinas ganha lançamento hoje, no foyer do Theatro São Pedro.
Distribuídas em 192 páginas, as imagens retratam o cotidiano de trabalhadores tendo como cenário principal a indústria pesada, agroindústria, indústria do chip, metal mecânica e outras. Gente quase sempre invisível dentro das várias linhas de montagem que servem ao capital, mas que ganham protagonismo pelas lentes de Eurico.
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– Este livro faz parte de um projeto que eu chamo de documentação contemporânea do Rio Grande do Sul através da fotografia autoral. Homens e Máquinas faz parte de uma trilogia que iniciou com O Solo e o Homem, lançado em 2013 e que focava na relação do homem com a terra, os modos de produção e daí as formas de convivência com o solo. Agora o foco é outro – explica.
Fotógrafo experiente, com um currículo que inclui passagens pelas revistas Bizz e Veja nos anos 1980 e 1990 e diversas capas de discos do rock gaúcho, Eurico está desde os anos 2000 editando livros autorais – entre eles Porto Alegre – Cenas Urbanas, Paisagens Rurais, premiado com o Açorianos de Literatura de melhor projeto gráfico (2008), e Porto Alegre – Centro Histórico, vencedor do prêmio de melhor livro gaúcho da Associação Brasileira de Indústria Gráfica (2012).
– Eu tenho uma forma própria de trabalhar, de um lado intuitiva, de outro apoiado em pesquisa e leitura. Proponho o tema a partir de uma ideia maior, de um objetivo onde quero chegar e tento instigar meus parceiros de viagem. Disto resulta uma maneira própria de construir uma narrativa que serve de base para entrosamento de imagens e texto – explica Eurico.
Em Homens e Máquinas, os textos ficaram a cargo de Renato Dalto, parceiro de Eurico em outros livros. O fotógrafo adianta que pretende encerrar sua trilogia de documentação do Rio Grande do Sul com Cultura e Identidade, focado nas etnias, nas formas de arte e na formação de identidade cultural do Estado.