Nosso cérebro é biologicamente programado para acreditar em essências. Esse processo é inevitável, já que o volume de informações que chega à mente humana é descomunal. Na hora de guardar o que realmente interessa, é preciso separar o que é dispensável do que é essencial. As essências também aparecem na comunicação. Se digo "adoro chocolate", estou me referindo à sensação que tenho ao colocar na boca um chocolate "essencial", uma imagem mental de todos os bons chocolates que comi na vida, e não uma barra específica, com 85% de cacau, sem adição de açúcar, que acho horrível, apesar de ser tão saudável. Platão defendia as essências, mas duvido que ele conhecesse chocolates dieteticamente corretos.
Coluna
Carlos Gerbase: As essências
Colunista escreve sobre o perigo do pensamento essencialista na política