Na última terça-feira, a coluna de Rosane de Oliveira trazia a notícia de que a casa ocupada pelo Instituto Estadual do Livro (IEL) poderia ser vendida para fazer caixa. A notícia caiu como uma bomba no meio da Feira, mesmo que o secretário da Cultura, Victor Hugo, tenha se apressado a negar – aquilo da fumaça e do fogo continua valendo.
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Lembremos que o IEL foi criado com o objetivo de preservar a memória literária do Estado e de revelar novos autores, missão que teve de cumprir durante 44 anos em vários endereços até se estabelecer, em 1998, na André Puente, 318, onde funcionava o Arquivo Histórico. O IEL e a casa passaram a ser uma única entidade: um é o outro.
Talvez fosse bom considerar, em meio à penúria, que também precisamos que nossas histórias sejam preservadas. O IEL e seu casarão é dessas nossas mínimas tradições, e não há dinheiro no mundo que pague a solidez de décadas de dedicação à causa da literatura e da memória.
A Feira aguentou bem ventos, raios e água. As poças e alagamentos, outra tradição, continuam, mas a cobertura de lona funciona à perfeição. Na hora dos autógrafos de A força do tempo, de Ricardo Chaves, o Kadão, estiou. O Kadão tem um olhar espetacular, e a obra reúne belíssimas imagens que registram 40 anos de fotojornalismo. Bela sugestão de presente.
Coluna da patrona
Cíntia Moscovich: o IEL e o mau tempo
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