
Ano de 1995, novela A Próxima Vítima, de Sílvio de Abreu. André Gonçalves e Lui Mendes interpretavam Sandrinho e Jefferson, um jovem casal gay mostrado sem estereótipos, sem mencionar tipo de relação entre eles e, muito menos, beijo gay. Já foi um escândalo. André chegou a apanhar na rua, agredido por telespectadores que confundiram ficção com vida real.

Em 1998, Torre de Babel, do mesmo Sílvio de Abreu. Leila (Silvia Pfeifer) e Rafaela (Christiane Torloni) moravam juntas, mas pareciam duas amigas, já que nenhum toque ou diálogo davam a entender mais do que isso. Ainda assim, o público rejeitou o casal, que acabou morrendo na explosão do shopping Tropical Tower.

2005, novela América. Bruno Gagliasso e Erom Cordeiro chegaram a gravar o beijo de seus personagens, Junior e Zeca, respectivamente, mas a cena foi cortada e acabou não indo ao ar.

Enfim, o avanço
Último capítulo de Amor à Vida, janeiro de 2014: uma torcida digna de final de Copa do Mundo comemorava o primeiro beijo gay do horário nobre! A história de amor entre Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso) conquistou o público, regenerando o grande vilão e levando ao ar uma cena emblemática, adiada por tantas vezes.

12 de julho de 2016. Liberdade, Liberdade faz jus ao título e exibe, pela primeira vez, uma cena de sexo entre dois homens. Com nudez, romantismo, beijos e carícias, a sutileza prevaleceu. Mais um tabu foi quebrado, mostrando que é possível mostrar qualquer forma de amor, sem chocar. Vitória de uma belíssima direção, um texto primoroso e o talento indiscutível de Caio Blat, como André, e Ricardo Pereira na pele de Tolentino. Palmas para todos!
