Na semana que passou, reclamações públicas do Sindicato dos Artistas e Técnicos de Espetáculos de Diversões do Rio Grande do Sul (Sated/RS) evidenciaram a insatisfação da entidade com a administração da Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ). A polêmica da vez seria a falta de diálogo com a gestão de um dos principais aparelhos culturais do Estado.
Leia mais
Com segurança reduzida, Casa de Cultura Mario Quintana funciona parcialmente
Governo quita dívidas e Margs e CCMQ reabrem normalmente
Segundo o presidente do Sated, Fábio Cunha, desde 2015 o sindicato encontra dificuldades para conversar com a cúpula da CCMQ, atualmente dirigida por Emerson Martinez Fortes. As razões seriam questionamentos que não teriam agradado à Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), à qual a CCMQ está diretamente subordinada.
– Questionamos, por exemplo, o afastamento de oito funcionários da Casa, incluindo técnicos que estavam lá há muito anos – diz Cunha. – É uma preocupação nossa que se tenham técnicos com registro profissional.
O presidente do Sated também coloca em dúvida os "chamamentos públicos" – práticas que teriam substituído os editais para ocupação dos espaços da Casa. Segundo ele, o chamamento para o próximo semestre ainda não teria sido feito, colocando em risco a qualidade da programação da CCMQ.
– Falamos de ocupação como um todo, desde as salas de teatro até as de ensaio. E as propostas para as outras áreas – completa Cunha.
Procurada, a direção da CCMQ afirmou que quem falaria sobre o assunto seria a Sedac. Por e-mail, o secretário-adjunto da Cultura, André Kryszczun, respondeu:
– O diretor recebeu representantes do Sated em abril de 2015, quando se conversou sobre técnicos da CCMQ, reforma e modernização dos teatros e reabertura do Teatro Carlos Carvalho, que estava fechado quando o atual diretor assumiu. Após esse encontro, o Sated agendou durante o ano de 2015 outras reuniões e as desmarcou. Alegar falta de diálogo com a atual gestão da CCMQ não condiz com a realidade.
Sobre os chamamentos, o secretário-adjunto afirma que o primeiro foi feito entre 18 e 31 de maio e teria contado com o apoio de um Conselho Artístico. Segundo Kryszczun, "a divulgação dos projetos escolhidos e a grade de programação será nesta segunda-feira". Quanto à ocupação, o secretário-adjunto afirma:
– Hoje, a Casa trabalha com 80% dos seus espaços ocupados por projetos culturais e artistas, deixando uma reserva técnica de 20% para atividades propostas pela Casa de Cultura Mario Quintana, como, por exemplo, o Aniversário do Poeta Mario Quintana e o aniversário da CCMQ.
Cultura
Artistas questionam gestão da Casa de Cultura Mario Quintana
Afastamento de pessoal está entre as razões da insatisfação do Sated
Gustavo Brigatti
Enviar emailGZH faz parte do The Trust Project