Em meados dos 1970, ainda um guri, gostava de ouvir no comecinho da manhã uma voz meio rouca que vinha de um velho rádio de pilhas. O mundo que me rodeava era o da cidade com seus edifícios e automóveis e gente apressada. A paisagem rural sempre me foi distante, ainda que, no período de férias escolares, pelo menos uma vez por ano fosse de certa forma meu hábitat. Apesar da distância, me eram familiares as lidas, os causos, as traquinagens, os cavalos e os bois. Convivi com a peonada do galpão e, desde então, aquele universo campeiro povoa minhas andanças, minhas cantigas e minha reflexões.
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