Nem mesmo o polêmico sotaque impediu que Hollywood se rendesse a um dos principais nomes da TV e do cinema brasileiros. Wagner Moura desembarcou nos Estados Unidos, onde concorre neste domingo na categoria de melhor ator de série dramática no Globo de Ouro, com status de estrela. O brasileiro vê seu nome ser badalado por conta da atuação como o traficante colombiano Pablo Escobar em Narcos, produção da Netflix.
Globo de Ouro é no domingo; saiba mais sobre os concorrentes de TV
'The Ridiculous 6' tem o melhor primeiro mês da história da Netflix
Wagner foi tietado por Krysten Ritter, protagonista de Jessica Jones - outra atração do serviço de streaming -, e convidado para o programa The Tonight Show with Jimmy Fallon da sexta-feira passada (no Brasil, o GNT vai exibir na madrugada do dia 16, à 1h). Em dezembro passado, a revista Variety incluiu o brasileiro na lista dos 20 atores que mais se destacaram em novas produções de 2015.
Globo de Ouro é no domingo; saiba mais sobre os concorrentes de cinema
Se à época da estreia de Narcos, em agosto passado, o que dominou as redes sociais foi o sotaque apresentado por Wagner - muitos criticaram o ator por sua pronúncia não
soar como a de um morador da região de Medellín -, hoje o que predomina é a qualidade do trabalho. A série é a mais popular da Netflix no mundo.
"How to Get Away with Murder" estreia nova temporada cheia de mistérios
Para interpretar Escobar, Wagner engordou 20 quilos e fez cinco meses de curso intensivo de espanhol. Dedicação habitual em todos os seus trabalhos. Aliás, personagens controversos como o traficante colombiano são marca na carreira do ator. Em Tropa de Elite (2007), foi o Capitão Nascimento, comandante do Batalhão de Operações Especiais (Bope) que não hesitava em recorrer à tortura no intuito de combater o tráfico.
Quando encerrar as gravações da segunda temporada de Narcos, Wagner vai estrear em uma nova função: dirigirá a cinebiografia do guerrilheiro Carlos Marighella (1911 - 1969), baiano como ele.
Na vida pessoal, o ator de 39 anos, casado e pai de três filhos, é reservado. Mas, não se furta a defender suas posições. Já declarou ser a favor da legalização da maconha e contrário aos métodos utilizados pela polícia brasileira. Em 2015, foi nomeado embaixador contra o trabalho escravo pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), órgão das Nações Unidas, e participou de debate no Senado sobre o assunto.
Do jornalismo às telas internacionais
- Formado em jornalismo, o baiano começou a carreira de ator em 2000 quando encenou A Máquina, em Salvador - a peça contava com Lázaro Ramos e Vladimir Brichta.
-No mesmo ano, estreou no cinema no longa internacional Sabor da Paixão, com Murilo Benício e Penélope Cruz.
- Em 2001, estava em Abril Despedaçado, de Walter Salles.Depois vieram O Homem do Ano (2003), Carandiru (2003), Deus é Brasileiro (2003).
- Na TV, estreou na série Sexo Frágil, em 2004. Sua primeira novela foi A Lua Me Disse (2005), de Miguel Falabella.
- Estourou como o jovem Juscelino Kubitschek na minissérie JK, em 2006. Um ano depois, conquistou o país como o mau-caráter Olavo em
Paraíso Tropical.
- Seu papel mais marcante no cinema veio em 2007, quando estrelou Topa de Elite, de José Padilha, com quem voltou a atuar na série Narcos.