O histórico prédio que ocupa a esquina da Sete de Setembro com a General Câmara, situado na Praça da Alfândega, abre suas portas para o que há de mais recente na arte de rua de Porto Alegre. O Santander Cultural, habitante do endereço desde 2000, promove nestas quinta e sexta-feira a Feira Rua Sete, que reunirá nomes destacados da cena de arte independente de Porto Alegre, com exposição e venda de trabalhos gráficos, bate-papos e shows. A programação tem entrada franca.
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- A ideia da Feira surgiu depois que lançamos nosso zine, o Rua Sete (em novembro passado, agora em segunda edição), que teve uma boa aceitação. Vimos que existia um nicho que tem crescido muito nos últimos anos, o de incentivar a arte que vem das ruas, algo que tem muito de "faça você mesmo", como as intervenções urbanas e os fanzines. É uma arte que encanta e está próxima de nós - conta a coordenadora de comunicação do Santander Cultural, Maria Luisa Puig Belan.
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NOVOS ARTISTAS E RESGATE HISTÓRICO
O evento reflete uma onda crescente de feiras gráficas no país. Entre as dezenas de iniciativas, algumas das mais movimentadas são a Feira Plana, em São Paulo, já na quarta edição, e a Parada Gráfica, realizada em Porto Alegre desde 2013. Com mais de 40 expositores, o novo encontro busca estabelecer um panorama da arte feita paralelamente ao mercado tradicional de Porto Alegre.
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A mostra reúne nesta quinta e sexta-feira, entre as 10h e 19h, coletivos de artistas, editoras independentes e trabalhos individuais. A organização também pretende recuperar a história da arte independente na Capital.
Nesta quinta, às 16h, haverá um bate-papo com dois importantes nomes desta cena: Tridente, artista com experiência em ilustração, estêncil, serigrafia, toy art, entre outros materiais e técnicas; e Trampo, um dos principais grafiteiros do Estado, ligado a diferentes projetos culturais e sociais. O resgate histórico segue às 19h, com a exibição da trilogia de documentários Fanzineiros do Século Passado, comentada pelo diretor Márcio Sno, pesquisador de zines que já editou diferentes publicações desde os anos 1990.
- É importante conhecer um movimento que agora está tendo mais visibilidade para o grande público, mas que sempre aconteceu, sempre esteve em constante evolução, com períodos mais ou menos fortes - avalia Maria Luisa.
Já na sexta, às 16h, será o momento de debater o potencial educador dos fanzines, com os arte- educadores e fanzineiros Law Tissot e Thina Curtis. Para encerrar, às 19h, show do grupo instrumental Trompa, que há dois anos não se reunia, e da 3D, primeira banda punk da Capital formada só por mulheres, criada nos 1980 e retomada no ano passado.
Ainda não há previsão para a Feira Rua Sete voltar a ocorrer depois desta primeira edição.
- O objetivo é que o evento ganhe força e tenha reconhecimento público para que possamos seguir adiante e que mais artistas possam participar, que aumente nosso espaço para essa cena - comenta Maria Luisa.
PROGRAME-SE
Todos os eventos têm entrada gratuita e ocorrem no Santander Cultural (Sete de Setembro, 1.028). Confira a programação:
Quinta
- Feira Gráfica com pequenas editoras, artistas independentes, fanzineiros e quadrinistas. Das 10h às 19h, na Galeria Superior.
- Bate-papo sobre intervencionismo urbano com os artistas Trampo e Tridente. Às 16h, na Sala Multiuso.
- Sessão comentada da trilogia de documentários Fanzineiros do Século Passado, com o diretor Márcio Sno. Às 19h, no Cine Santander.
Sexta
- Feira Gráfica. Das 10h às 19h, na galeria superior.
- Bate-papo sobre a liberdade de criação e o papel de resistência que fanzines podem exercer na comunicação e na educação com os arte-educadores Law Tissot e Thina Curtis. Às 16h, na Sala Multiuso.
- Show de encerramento com as bandas 3D e Trompa. Às 19h, no Grande Hall - retirada de convites a partir das 14h do mesmo dia, na bilheteria.