
Filha de japoneses, Tizuka Yamasaki nasceu no Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre, onde viveu somente o primeiro ano de vida. Recentemente, a cineasta retornou à cidade natal para participar da 10ª Mostra Cinema e Direitos Humanos no Mundo com seu mais recente filme, Encantados. O longa é inspirado no livro O Mundo Místico dos Caruanas da Ilha do Marajó e reconta a trajetória de Zeneida Lima, a primeira mulher pajé do Brasil. À coluna, a gaúcha falou sobre questões inter-raciais:
- O fato de eu ter essa cara japonesa e as pessoas me considerarem uma estrangeira no meu próprio país, apesar de meu RG dizer que sou daqui, fez com que eu me interessasse por assuntos ligados à identidade cultural.
Tizuka comentou ainda sobre a dificuldade dos descendentes de colonizadores de enxergarem a população local como igual:
- A população indígena é esquecida por nós. Invadimos a terra por uma necessidade de sobrevivência e sempre tratamos os nativos com arrogância. Eu lembro da minha avó falando: "Os brasileiros são muito preguiçosos".