Lembro de quando escutei a música Astro Haragano pela primeira vez e achei "uma viagem". Tinha cinco anos, iniciava no tradicionalismo e não entendia o que aquela música fazia no LP da Califórnia da Canção. Soava muito distinto do que classificava como música nativista.
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Trinta anos depois tive a honra de conhecer o atrevido autor e, em um processo de aprendizado da música - que coube a mim cantar ao lado da orquestra da Ulbra -, saber a história do arranjo regado a teclados. Pois não é que a previsão era do tal cometa "astro haragano" cruzar o céu de Uruguaiana naquela noite?! Os sons nada mais eram do que o próprio som da galáxia, do espaço
A verdade é que a bola de fogo não quis saber de aparecer e ninguém entendeu nada. Jerônimo Jardim tomou a vaia histórica no nativismo e trouxe uma contribuição única no destino dos eventos do gênero e para a própria Califórnia. Sempre penso como são importantes as pessoas que se dispõem a transgredir. Só elas são capazes de mudar a história.
Esse mesmo Jerônimo Jardim, baita compositor, agora nos presenteia com novo álbum: Singular e Plúrimo. Já no título mostra que segue o mesmo intuito de fazer-nos pensar. Com participações especiais de músicos e intérpretes, dezenas de canções mostram o quanto ele é único e tantos em um só. Do samba à chacarera, transita com a mesma maestria. Dia 25 de novembro é o lançamento, no Teatro da Amrigs. E o guri de Bagé segue inventando: fez plataforma personalizada de financiamento coletivo para compra do disco e do ingresso do show antecipadamente.
Ah, Jerônimo, hoje eu adoro Astro Haragano!
Pampianas
Shana Müller: Astro Jardim
A colunista escreve mensalmente no 2º Caderno
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