Criado há 15 anos sob influência do Cirque du Soleil, o Tholl plasmou uma identidade própria que tem desenvolvido em seus trabalhos. Mas o diretor João Bachilli garante que o novo espetáculo do grupo mudará "totalmente" essa estética. Os integrantes não querem ser rotulados como criadores de "espetáculos de plumas e brilhos", nas palavras do diretor. Cirquin, que estreia nacionalmente nesta sexta-feira (3/7) em curta temporada no Theatro São Pedro, em Porto Alegre, terá cenografia e figurinos baseados no barroco. Revelará técnicas circenses inéditas na trajetória do grupo e contará com elenco renovado, formado no Centro de Treinamento do Tholl em Pelotas.
- Espero que seja uma surpresa positiva - diz Bachilli. - Temos quatro ou cinco integrantes da primeira fase. A nova geração vem com uma qualidade maior porque teve em quem se espelhar.
Festival Dançapontocom traz Cia. Híbrida e Grupo Cena 11
As dicas, histórias e reclamações de espectadores que estão sempre nos teatros
Opinião: 100 Formas para o Amor dança as paixões da música popular
Assista ao vídeo:
Cirquin (versão mais brejeira para "cirquinho") é um espetáculo de circo, teatro e dança sobre o amor em diferentes sentidos: do amor erótico ao amor fraterno, passando pelo amor do artista circense por seu ofício. Conta a história de uma trupe familiar liderada pela matriarca Elizabetha (vivida por Kauane Ribeiro) e integrada, entre outros, por Julieth (Pamela Farias), uma moça desiludida com um amor do passado que tem a seu redor quatro pretendentes. Caberá ao público a escolha do vencedor, mas como isso ocorrerá ainda é uma surpresa.
Essa parte teatral será um ingrediente bem dosado "para não ficar chato", segundo Bachilli, para quem o público do Tholl espera mesmo os números circenses. Eles virão em técnicas ainda não mostradas em espetáculos anteriores, como mastro em pêndulo (uma variação do mastro chinês, semelhante à barra do pole dance) e báscula (gangorra).
Qualquer semelhança entre a trupe que aparece na ficção e o Tholl não é mera coincidência, como revela o diretor:
- Foi muito inspirado no nosso início, quando mandávamos fazer as malhas, mas não tínhamos grana para fazer as sapatilhas. Era de pé no chão. Por isso, mostramos no espetáculo um circo feito por uma trupe com dificuldades, o que se contrapõe à paixão pelo que faz.
Hoje, o Tholl pode se orgulhar de se manter com a verba de apoios e patrocínios e da renda de espetáculos e das atividades em seu Centro de Treinamento. Mas articula com produtores culturais a busca de um "patrocinador oficial" para expandir os próximos projetos. Embora os espetáculos costumem estrear espaçadamente (o último, Par ou Ímpar, com Kleiton & Kledir, é de 2012), eles pretendem mostrar outros dois já neste segundo semestre: uma peça infantil e uma montagem de O Quebra-Nozes em parceria com o Grupo Ballet de Pelotas, da coreógrafa Dicléa Ferreira de Souza. Para o meio do ano que vem, está formatado o projeto de um festival bienal de circo em Pelotas, com artistas de Brasil, Argentina e Uruguai.
- Infelizmente, não vejo uma união na classe circense do Rio Grande do Sul. Vamos lutar por uma integração maior, por uma troca de experiências - diz Bachilli.
Leia todas as notícias de Espetáculos
CIRQUIN, COM GRUPO THOLL
Nesta sexta-feira (3/7, às 21h; sábado (4/7), às 20h; e domingo (5/7), às 18h.
Theatro São Pedro (Praça Marechal Deodoro, s/nº), fone (51) 3227-5100, em Porto Alegre.
Ingressos: R$ 50 (galerias), R$ 100 (camarote lateral), R$ 120 (camarote central) e R$ 130 (plateia e cadeira extra). Desconto de 50% para estudantes e idosos.
À venda na bilheteria do teatro hoje (das 13h até o horário do espetáculo), amanhã e domingo (das 15h até o horário do espetáculo).
* Zero Hora
De cara nova
Grupo Tholl inaugura nova estética no espetáculo "Cirquin", sobre os sentidos do amor
Nova produção da trupe de Pelotas estreia nesta sexta-feira no Theatro São Pedro, em Porto Alegre
Fábio Prikladnicki
Enviar emailGZH faz parte do The Trust Project
- Mais sobre: