Ornette Coleman, saxofonista alto e compositor de vanguarda que se tornou uma figura de proa do free jazz, morreu na manhã desta quinta-feira (11/6), em Nova York, aos 85 anos, vítima de uma parada cardiorrespiratória.
O músico revolucionou o jazz, na virada dos anos 1960, com discos como The Shape of Jazz to Come (1959), Free Jazz (1960) e Change of the Century (1960), com uma música que não é baseada na estrutura tradicional do gênero, enveredando por um improviso livre de amarras.
Coleman chamava sua música de "harmolódica", devido à importância equivalente entre harmonia, melodia e ritmo. Muitas de suas composições ainda desafiam, hoje, ouvidos mais conservadores.
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Nascido nos anos 1930 em Fort Worth, Texas, o músico perdeu o pai quando tinha sete anos. Ganhou o primeiro saxofone alto da mãe, aos 14 anos, passando a tocar em bandas locais de rhythm and blues. Mudou-se para Los Angeles no início dos anos 1950. Influenciado primeiramente por Charlie Parker, lançou o disco de estreia, Something Else, em 1958.
Em 1986, Coleman alcançou um novo público com o disco Song X, em parceria com o guitarrista de fusion Pat Metheny. Também na década de 1980, estabeleceu uma interessante parceria com o guitarrista Jerry Garcia, do Grateful Dead, com quem gravou o álbum Virgin Beauty (1988).
Tendo composto, inclusive, uma sinfonia, Skies of America, Coleman gostava de pensar em si como mais do que um músico de jazz. Preferia enxergar a si mesmo como um compositor que atravessava fronteiras.