Cogitei ampliar hoje minha crítica ao pop-brega-sertanejo registrada por Paulo Germano em ótimo texto para o caderno PrOA de 29 de março. Mas, em um canto de minha mesa, dois discos e um livro de Arthur Dutra me olhavam como dizendo: "Vai nos deixar aqui?".
Eles estavam certos. Ia eu gastar um espaço precioso para chover no molhado da mediocridade, enquanto três obras do tipo raro permaneceriam na fila à espera de apreciação. Azar que as duplas de Goiás e São Paulo vendam milhares de CDs e toquem à exaustão nas rádios populares. Valorizo muito mais as parcas mil cópias dos trabalhos de Arthur, que testam meu prazer de ouvir música e desafiam minha inteligência. Estou me referindo aos discos A Musa de Benjamin & Outros Ensaios e O Tempo do Encontro e ao livro Arte D'Encarte, lançados simultaneamente.
Coluna
Juarez Fonseca: Arthur Dutra na vanguarda da MPB
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