Uma procissão diferente, destinada a celebrar a fé na criação artística, percorrerá ruas de Porto Alegre no dia 2 de dezembro.
A condução de 25 reproduções de obras de arte simbolizará a transferência da PinacotecaRuben Berta - um dos acervos públicos mais importantes do Estado - do Paço Municipal (a prefeitura velha) para a sede própria em um casarão reformado na Rua Duque de Caxias. Com isso, a Capital ganhará um novo espaço para os devotos de pintores consagrados como Di Cavalcanti, Portinari e Pedro Américo apreciarem seus trabalhos.
O desfile de banners que reproduzem parte do acervo de 125 obras, levados por artistas, gestores e profissionais ligados à arte, foi a maneira escolhida pela Secretaria Municipal de Cultura (SMC) para destacar a importância das telas, xilogravuras, litografias, entre outros itens da coleção, e marcar a abertura da casa onde ficarão expostos gratuitamente.
A caminhada sairá da prefeitura velha e passará pelas ruas Uruguai, dos Andradas e General Câmara até o número 973 da Duque, onde fica o novo museu.
- Esse acervo é muito importante para a preservação da História da Arte no Estado - afirma o gestor cultural Cézar Prestes.
Entre suas preciosidades, a pinacoteca conta com uma das pinturas mais antigas em acervos públicos no Estado: The Rejalma, feita em 1673 pelo holandês Jeronimus Van Diest. A lista de autores inclui ainda nomes de importância histórica como Pedro Américo e Almeida Júnior. Outra vertente abrange destaques do modernismo como Di Cavalcanti, Portinari e Flávio de Carvalho.
A coleção traz também referências dos anos 1960, como os estrangeiros Allen Jones e Alan Davie, e contemporâneos como Tomie Ohtake. Todas essas obras foram reunidas pelo empresário Assis Chateaubriand (1892 - 1968) e encaminhadas ao Rio Grande do Sul como parte do projeto de criar museus regionais.
Ele batizou o acervo com o nome de Ruben Berta, presidente da Varig, morto em 1966, como forma de homenagear o amigo gaúcho.
- A coleção é muito boa, espero que a transferência venha acompanhada de uma programação museológica com curadorias e publicações - avalia o doutor em História da Arte José Francisco Alves.
A reforma e a adaptação do casarão de três pavimentos e 800 m2, construído no começo do século 19, começaram em 2007 e custaram R$ 2,3 milhões com auxílio do programa Monumenta.
Segundo a coordenadora de Artes Plásticas da SMC, Anete Abarno, parte do acervo era exibida no Paço Municipal, mas a transferência permitirá um melhor aproveitamento da coleção e acesso facilitado.
Pela arte
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