Nas lonjuras dos 1970, quando chegou a hora do compositor Pierre Boulez construir o seu instituto de pesquisas, o Ircam, a solução arquitetônica encontrada foi bem engenhosa. O Ircam era, na época, a fronteira extrema da junção entre tecnologia e música, o cumprimento das promessas que tinham sido feitas desde os 1950 de fazer com que as duas, música e tecnologia, se entendessem e seguissem, juntas, para terrenos inimagináveis. Fosse hoje e o Ircam teria sido uma declaração arquitetônica, um prédio desses vistosos que hoje empacotam a música. Como era naquele tempo de iconoclastia e como a cidade era Paris, submergiu-se o Ircam sob a Praça Igor Stravinsky (o nome não é coincidência).
Sonoridades
Celso Loureiro Chaves: Arquitetura oculta
Fosse hoje e o Ircam teria sido uma declaração arquitetônica, um prédio desses vistosos que hoje empacotam a música