"É que eu viajo para me abandonar", me disse Rafael quando atingimos o topo da montanha. Visto do alto, o chão é sempre bonito. A praia, a cidade, a ilha, o sol caindo atrás dela - a vista do alto comprova a superioridade da geografia sobre a história. A geografia arranca o homem do centro e insere a natureza no protagonismo dos acontecimentos. A arrogância é histórica, nunca geográfica. "Viajar é geografia", pensei em responder, mas o vento no topo das montanhas é sempre forte demais para que as palavras sejam ouvidas.
GZH faz parte do The Trust Project