Faz quase um ano que o baixista Edu Martins vem divulgando seu novo disco. O que faz do show desta segunda à noite, com a Orquestra de Câmara Theatro São Pedro, ser o lançamento oficial do trabalho é o aguardado encontro com o saxofonista que empresta seu sopro e o próprio nome ao álbum, o norte-americano Dave Liebman.
Músico que já tocou com Miles Davis, Elvin Jones e Chick Corea, Liebman, 66 anos, vem de Nova York especialmente para executar ao vivo as faixas de Edu Martins & Dave Liebman. O trabalho será apresentado em uma reunião de banda de jazz com orquestra às 21h, no Theatro São Pedro, pela série Concertos Oficiais. Serão apresentadas 11 músicas, incluindo faixas do disco, uma suíte composta por Martins para o concerto e dois temas de Liebman.
- E ainda terá uma participação do Vitor Ramil - antecipa Martins, que escreveu os arranjos para a orquestra.
Desde a estreia do álbum Edu Martins & Dave Liebman, em novembro do ano passado, o baixista tem se apresentado com Marquinhos Fê (bateria), Luiz Mauro Filho (piano) - que gravaram o disco e estarão no show - e Vinícius Dorin (saxofonista).
- Será um encontro. O Dave ainda não tocou esse repertório com a gente ao vivo - conta Martins.
De certa forma, nem no disco. Edu Martins & Dave Liebman é resultado de um trabalho em colaboração, realizado à distância. Em formato de trio, Martins gravou nove faixas em Porto Alegre e as enviou aos EUA para Liebman acrescentar seu sax em um estúdio da Pensilvânia. O resultado é um disco instrumental de jazz contemporâneo, com influências brasileiras como samba e milonga.
- Gravarmos separadamente só foi possível porque o Dave tem uma tremenda facilidade de abstração e conexão - diz Martins.
Foi em 1994 que ele conheceu o trabalho de Liebman, a partir de um livro do norte-americano voltado à harmonia musical. Virou fã do saxofonista, por seu estilo "vanguardista e dissonante", e alimentou o sonho de um dia gravar algo com ele.
- Em 2010, quando estava compondo, me ocorreu o seguinte: já que ele me influenciou tanto, como seria se ouvisse minha música? Consegui um contato dele por meio de uma amiga e mandei meus dois discos. Ele gostou, e aí eu vi uma oportunidade de ser ainda mais cara de pau e convidá-lo a gravar um disco - conta Edu.
Há oito anos, o paulista adotou o Rio Grande do Sul para viver. Antes, já havia colocado seu baixo a serviço de George Benson, Cesar Camargo Mariano, Guinga, Milton Nascimento, Gal Costa e Marina Lima, entre outros.
- Foi aqui no Sul, ao longo desses oito anos, que consegui me dedicar ao trabalho de composição e lançar meus três discos.
Jazz colaborativo
Disco "Edu Martins & Dave Liebman" será lançado nesta segunda
Dupla se apresentará em concerto com a Orquestra de Câmara do São Pedro
Francisco Dalcol
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