O diretor australiano Baz Luhrmann rebateu as críticas americanas de sua adaptação para o cinema do romance O Grande Gatsby, que estreou nesta quarta-feira no Festival de Cannes em 3D, ressaltando que espera seu público nos cinemas.
- Claro que existem críticas. Não devemos nunca aceitar estas críticas. Quando Fitzgerald escreveu este livro, foi tratado como palhaço - declarou em uma coletiva de imprensa, lembrando que também não foi recebido de forma unânime por seus sucessos Moulin Rouge e Romeu e Julieta.
- Quero que as pessoas assistam o meu filme, isso é o que importa - disse, cercado pelos principais atores do filme, incluindo Leonardo DiCaprio, que encarna com sensibilidade o personagem de Gatsby.
O filme estreou muito bem no primeiro fim de semana nas salas de cinema americanas, com mais de US$ 50 milhões em receita. Como que em resposta àqueles que não tiveram a impressão de reconhecer o espírito do clássico americano em um filme de cores deslumbrantes, festas selvagens e hip hop iconoclasta, apesar da equipe ter insistido no trabalho de pesquisa realizado sobre o livro.
- Em Princeton, fomos consultar os manuscritos originais, como faria uma trupe de teatro - contou o diretor.
- Nós tentamos transmitir a poesia do texto em todos os momentos - assegurou. - Leonardo muitas vezes perguntou se estávamos à altura do romance, o que era a nossa principal preocupação.
- Baz me deu seis livros escritos por Fitzgerald para que eu lesse, conversamos com estudiosos - acrescentou Carey Mulligan, a Daisy que assombra todos os sonhos de Gatsby.
- Ele não tem medo de assumir um clássico, seja Fitzgerald ou Shakespeare, e isso é muito arriscado - disse Leonardo DiCaprio, que insistiu na rica "interpretação" do elegante livro escrito há 90 anos.
DiCaprio, fascinado por "um personagem trágico, que acaba por perder a sua identidade", sabia que não podia deixar passar o papel quando releu o clássico pela primeira vez desde a adolescência.
No aguardo
Baz Luhrmann rebate críticas e diz que espera seu público em "Gatsby"
Diretor australiano citou autor da obra original e disse que críticas não devem ser aceitas
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