Estreia espetáculo 'Sobre o Armário e a Atividade dos Objetos'

Um armário, uma mesa e um banco.

Do armário a bailarina Juliana Rutkowski retira objetos que são como personagens com os quais ela contracena.

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Não há música. Ouvem-se os ruídos dos objetos se movendo com os estímulos da bailarina: bolinhas de gude que rolam pelo chão, uma maçaneta que gira como um pião.

Assim é o espetáculo de teatro-dança Sobre o Armário e a Atividade dos Objetos - Estudo para Natureza-móvel, que estreia nesta sexta (1º/3), às 19h, na Koralle, em Porto Alegre, com direção de Bia Diamante e concepção visual de Bernardo Vieira. A performance ocorre em um ateliê de artes visuais transformado em sala de espetáculo em clima intimista, para apenas 14 espectadores por sessão, com duração de 45 minutos.

A atmosfera de um espetáculo de câmara foi criada com o objetivo de compartilhar com o público a relação de proximidade que Juliana estabelece com os objetos que retira do armário: borboletas coloridas de plástico e seda, um pequeno quadro negro, um recipiente com giz, para citar alguns.

O ponto de partida foi a obra do pintor holandês Johannes Vermeer (1632 - 1675). Sua influência está na concepção do espetáculo - na iluminação, por exemplo.

- Vermeer tem uma presença invisível. Está conosco o tempo todo - observa Bia, que assina a criação coreográfica, ao lado de Juliana.

Em cena, não há improviso, mas existe espaço para o imprevisto. Como se ganhassem vida, os objetos fogem do controle completo da bailarina. O espetáculo mexe com as percepções do público: dança ou teatro? A ideia é que seja uma terceira via.

- Pensamos em chamar de performance, de instalação, de teatro gestual. Por fim, ficamos com dança-teatro - lembra Juliana.

Assim, o armário é a partícula elementar que dá origem a um mundo à parte. Dele saem os elementos que são desorganizados e, por fim, reorganizados. Como o ciclo da vida.

- Chegamos ao armário pela ideia de arrumação - explica Vieira.

SOBRE O ARMÁRIO E A ATIVIDADE DOS OBJETOS - ESTUDO PARA NATUREZA-MÓVEL
> Estreia nesta sexta (1º/3). Sextas e sábados, às 19h. Temporada até 23 de março.
> Koralle (José Bonifácio, 95), fone (51) 3226-0265, em Porto Alegre.
> Ingressos: R$ 10 (R$ 5 para classe artística, estudantes e idosos). À venda no local, nos dias de espetáculo, uma hora antes da sessão.