Na virada dos anos 2000, o mercado das grandes gravadoras apresentava ao mundo um novo gênero que, sem saber, representaria um de seus últimos suspiros. E na crista do recém-criado nu metal, estava o Linkin Park, vendendo, só nos EUA, quase 5 milhões de cópias do álbum de estreia, Hybrid Theory (2000), uma duvidosa - mas bastante eficiente - mistura de rap com heavy metal, soterrada por toneladas de sintetizadores.
Hoje, 12 anos depois, o nu metal habita o mesmo buraco para onde foram as majors, mas o Linkin Park continua firme e forte - e se apresenta pela primeira vez em Porto Alegre na próxima sexta-feira, no Gigantinho. Formada desde sempre por Chester Bennington (vocal), Rob Bourdon (bateria), Brad Delson (guitarra), Dave Farrell (baixo), Joe Hahn (picapes) e Mike Shinoda (vocal e guitarra), a banda americana volta ao Brasil para a turnê de seu novo disco, Living Things. Lançado em junho deste ano, o trabalho vem seguindo trajetória ao estilo dos seus antecessores: estreou em primeiro lugar nas listas de mais vendidos ao redor do mundo e comprovou, mais uma vez, a força da base de fãs construída pelo grupo nos últimos anos.
- Eu penso que isso varia de banda para banda, entende? Bandas aparecem e somem de cena o tempo todo - diz o vocalista e guitarrista Mike Shinoda, em entrevista por telefone.
O segredo para manter o público fiel (e as vendas em alta) vem muito da atualização constante de sua música. Diferentemente de outros grupos da época - como Limp Bizkit, Korn e Papa Roach -, o Linkin Park soube se reinventar e cruzou a última década absorvendo o que estava em voga para sobreviver: foi para a pista de dança (Meteora, 2003), fundiu-se com hip hop (Collision Course, 2004, com o rapper Jay-Z), diminuiu a mão na eletronice (Minutes to Midnight, 2007), tornou-se mais obscuro (A Thousand Suns, 2010) e, agora, apelou para o dubstep (Living Things). Da fórmula vencedora criada pelo grupo nos anos 2000, permanecem os vocais que alternam partes gritadas (cortesia de Bennington) com declamadas (Shinoda) e o gosto por sintetizadores.
Mas o trabalho do Linkin Park não se limita ao estúdio de gravação. Para se manter em evidência, a banda trabalha forte no cinema, emplacando músicas nos principais blockbusters lançados nos últimos 10 anos - de Matrix Reloaded, passando pela trilogia Transformers até o recente Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros. Também é figurinha carimbada em franquias célebres de games, como Fifa e Medal of Honor. E recentemente foi a primeira banda de rock a alcançar 1 bilhão de visualizações no YouTube - atrás apenas de Lady Gaga, Justin Bieber e Rihanna.
O resultado, claro, não tem sido nada mal. Além de faturar dois Grammy e ser indicada a outros quatro, continua a vender milhões de discos e a fazer shows lotados. Goste-se ou não, o Linkin Park não pretende ir embora tão cedo.
Rock com sintetizadores
Linkin Park estreia em Porto Alegre após recorde no YouTube
Primeira banda de rock a conseguir 1 bilhão de visualizações no site, norte-americanos fazem show na próxima sexta-feira no Gigantinho
Gustavo Brigatti
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