Roberto Carlos autoriza canções para novo filme de Breno Silveira

Quais músicas de Roberto Carlos você escolheria para a trilha do seu filme? A pergunta certa seria esta: "Quais músicas o Rei deixaria você usar?". Após um ano tentando, o diretor Breno Silveira, de À Beira do Caminho, que estreia em 10 de agosto, chegou ao cantor com uma lista de de 12 canções e saiu com apenas quatro autorizações.

Ainda assim, Silveira ergue as mãos para os céus e agradece. Afinal, as quatro canções que Roberto autorizou pessoalmente - A Distância, O Portão, Amigo e Você Foi - praticamente inspiram seu filme. "Tem músicas que eu não cedo, é uma questão pessoal", teria justificado o cantor. 

- Ele praticamente me deu as músicas. Cobrou muito barato, um preço simbólico, de quem não queria inviabilizar o filme - conta o diretor.

Além da relação entre pai e filho, a música também está no centro do cinema de Breno Silveira. 2 Filhos de Francisco, a cinebiografia de Zezé Di Camargo e Luciano que fez 5,3 milhões de espectadores, é sobre o sonho de um pai para transformar os filhos em cantores de sucesso. Gonzaga, filme que Breno está finalizando para novembro, seguirá caminho semelhante ao tratar dos conturbados laços entre Gonzagão e Gonzaguinha, pai e filho, ambos músicos e já falecidos.

Mesmo sem as figuras centrais do pai e do filho, À Beira do Caminho trata de ligações afetivas semelhantes, ao acompanhar um caminhoneiro que, na estrada e embalado pela trilha do Rei, liga-se a um menino órfão de mãe que sonha em encontrar o pai em São Paulo.

Em 2003, quase uma década antes de Breno Silveira, Vicente Amorim também procurou Roberto Carlos pedindo autorização para que suas canções embalassem a odisseia de Romão - interpretado por Wagner Moura na fase anterior ao Capitão Nascimento - no filme O Caminho das Nuvens (2003). Com a mulher e os cinco filhos, o personagem atravessa meio Brasil de bicicleta para realizar o sonho de reconstruir a vida no Rio Maravilha. De fundo, o filme apresenta canções do Rei.

O Caminho das Nuvens foi produzido por Bruno Barreto. Coincidentemente, um verso de Roberto Carlos, da música Pra Ser Só, foi o que havia dado origem a Amor Bandido, que Bruno dirigiu e lançou em 1979.