Amour, filme sóbrio e comovente do diretor austríaco Michael Haneke sobre o acaso da vida, conquistou neste domingo a Palma de Ouro do 65º Festival de cinema de Cannes.
Inconfundível com sua barba e cabelos brancos, sempre vestido de preto, o cineasta, que já havia recebido uma Palma de Ouro em 2009 por A Fita Branca, subiu ao palco acompanhado pelos intérpretes de seu filme, os lendários atores franceses Jean-Louis Trintignant e Emmanuele Riva.
Os octogenários atores franceses interpretam em Amour um casal cheio de amor e cumplicidades, que quase não precisa de palavras para se entender. Mas um dia toda essa vida desaba, quando ela fica doente.
O filme, que transcorre inteiramente em um apartamento parisiense, retrata a deterioração acarretada pela velhice, refletindo com compaixão a dor de assistir à doença de um ente querido, de observar sua lenta passagem em direção à morte.
Mas Haneke não o faz com crueldade, mas com uma sensibilidade impressionante, com um grande humanismo e uma emoção contida.
- Quando se chega a uma certa idade, o sofrimento inevitavelmente te comove. É tudo o que queria mostrar, nada mais - disse Haneke em uma coletiva de imprensa em Cannes, após a apresentação deste filme austero e doloroso.
Festival
Haneke vence em Cannes
Amour, do austríaco Michael Haneke, conquista a Palma de Ouro
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