Santa Cruz do Sul recebe as "27 Horas Ininterruptas de Teatro" entre sábado e domingo

Ainda adolescente, o santa-cruzense Rodrigo Ribeiro precisou deixar sua cidade natal para fazer teatro. Aos 33 anos, hoje sua busca é encurtar esse caminho para outros jovens que, como ele, são apaixonados por essa arte. Idealizador do projeto 27 Horas Ininterruptas de Teatro, neste fim de semana o ator e diretor retorna ao município. Em sua quinta edição, o evento vai transformar as ruas de Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, em palco para muitos espetáculos.

Mais do que uma comemoração ao Dia Mundial do Teatro, a maratona, entre as 14h de sábado (26) e as 17h de domingo (27), quer atrair os olhares para a necessidade do incentivo da arte entre os jovens.

- Não existem políticas públicas para o fomento ao teatro. Se o adolescente não tiver apoio, não vai se descobrir. Isso poderia ter acontecido comigo. Tive de ir para Caxias do Sul. Lá fiz muito teatro. Mas muitos não conseguem isso - reflete Ribeiro.

Ex-professor, o artista presenciou a transformação causada pelo teatro. Entre suas alunas está Angelene Laz­zareti. Ainda criança ela entrou para o teatro na tentativa de vencer a timidez. Hoje, aos 21 anos, é formada em Artes Cênicas e cursa mestrado na área.

- No início você fica encantada, principalmente quando se vive no Interior. Com o tempo, muda tudo, a percepção e o modo de lidar com as pessoas. Não me imagino mais fazendo outra coisa - reflete a atriz paranaense, que participou de todas as edições do projeto 27 Horas.

A quinta edição quase não saiu. A falta de recursos levou à transferência do projeto, que fora realizado durante dois anos no município de Vale do Sol. Em Santa Cruz do Sul, o evento ganhou o apoio do Diretório Central dos Estudantes da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc).

- Todos que estão participando são voluntários - explica Ribeiro.

Num roteiro itinerante, os atores vão encenar peças em alguns dos pontos mais conhecidos de Santa Cruz, como a Praça Getúlio Vargas e o Parque da Oktoberfest.

- Quanto mais espalharmos cultura para os jovens, melhor. Esta é uma obrigação do artista - diz a atriz e diretora Tânia Cavalheiro, que apresentará o monólogo A Fuga.

Além da peça, Tânia vai dar um workshop para iniciantes. Entusiasmada, espera que o evento ajude a despertar as pessoas para a arte:

- Se nós conseguirmos fazer com que uma pessoa se apaixone pelo teatro e comece a movimentar isso em Santa Cruz do Sul, o nosso objetivo estará alcançado - afirma.

Destaques da programação

PRAÇA GETÚLIO VARGAS
15h: A Árvore em Fogo, com Cambada de Teatro de Ação Direta Levanta Favela, de Porto Alegre

PRAÇA DA BANDEIRA
17h: Ato pela Arte

SECRETARIA MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO E CULTURA
18h: Debate

BIER HAUS (PARQUE DA OKTOBERFEST)
22h: Era uma Vez no Reino da Ignorância, com o grupo Cara & Coragem, da Oktobertanz
23h: Em cena, com grupo de teatro municipal de Vera Cruz

CAMPUS DA UNISC
0h30min: Oficina Danças Sagradas
1h: Oficina de trapézio e de Teatro do Oprimido, com Sandro Marques
4h30min: Oficina de Teatro de Ação Direta com Levanta Favela
9h: Oficina de direção, por Sandino Rafael
13h: A Fuga, com Tânia Cavalheiro (com acompanhamento de intérprete em libras)
14h30min: La Kombita, com Trupe Viajantes dos Sonhos de Venâncio Aires