Amigos e familiares se despediram do músico João Vicenti na manhã desta quarta-feira (27). O gaiteiro e tecladista da banda Nenhum de Nós lutava contra um câncer no rim havia seis meses e morreu na noite de terça-feira (26), no Hospital São Lucas, em Porto Alegre. O velório ocorre desde as 10h no Crematório Metropolitano, também na Capital.
Uma camiseta da banda e o chapéu que ele utilizava nos shows foram colocadas no caixão. O primeiro membro do Nenhum a chegar foi o baterista Sady Homrich, que destacou a relação para além da música.
— A gente era amigo demais, a gente tinha um histórico, uma turma de futebol, a gente tinha toda uma vida social compartilhada, então dói muito essa perda. A gente tem subido ao palco já, há quase seis meses, sem o João. O que fazia falta no show não eram as notas musicais que ele fazia, mas era a presença dele, era aquilo que ele significava para nós enquanto coração da banda — relata.
O empresário da banda, Antônio Meira, o Tonho, acompanhou a chegada de João ao Nenhum de Nós e destaca a importância dele para o sucesso do grupo.
— Em um momento difícil assim, a gente precisa escolher bem as palavras para ter, inclusive, a possibilidade de retratar o que foi a dimensão do João dentro do Nenhum. O João sintetizou, eu acho que com o acordeom, a busca da banda de uma sonoridade regional e isso praticamente, através dele, foi personalizado — comenta, emocionado.
Diversos artistas consagrados no cenário musical gaúcho que acompanharam a trajetória do gaiteiro também participam das despedidas. Entre eles, o cantor Neto Fagundes.
— Era um "irmãozasso". É uma relação de muita parceria. Muito emocionante. É difícil falar, né? A gente tenta falar e vem uma lembrança de coisas engraçadas, boas, maravilhosas — reflete Neto, que teve uma banda com João Vicenti.
Fãs da banda também se despedem do músico nesta quarta. Aberta ao público, a cerimônia está prevista para ocorrer até as 18h.
João Vicenti nasceu em São Gabriel, em 11 de agosto de 1965. Ele tinha 58 anos e tocava no Nenhum de Nós desde 1994. A prefeitura do município da Fronteira Oeste decretou luto de três dias pela partida do músico.