Desde o dia 25 maio, fãs do Fifth Harmony acampam na frente do Pepsi on Stage para garantir um lugar na frente do palco na apresentação desta terça-feira. Há um dia do espetáculo, sete barracas estavam montada na frente da casa de show. Para as harmonizers (termo que identifica seguidores e seguidoras do quinteto feminino norte-americano), o frio de temperaturas próximas de 0ºC, o desconforto das barracas, os deboches dos motoristas ou preocupações com a segurança não são desculpas que impedem a ambição de assistir o grupo de perto.
– Teve uns dias bem difíceis. Quando tivemos que dormir no aeroporto, nos deitamos no chão – conta Nencyly dos Santos, 17 anos.
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Nos dias de shows no Pepsi on Stage, os fãs atravessaram Avenida Severo Dullius em direção ao Aeroporto Salgado Filho – local que tem sido utilizado como banheiro.
Outro problema relatado são aqueles motoristas que fazem troça.
– Eles passam gritando coisas como "vão trabalhar" ou buzinam às 5h – descreve Diego Rosseto, 20 anos.
Há um consenso entre os fãs acampados na fila: o sacrifício será recompensado.
– Vale muito a pena pela adrenalina de estar lá na frente – garante o harmonizer porto-alegrense.
– É a realização de um sonho, de algo que espero há quatro anos. Me identifico muito com a história de vida delas – diz Thielly Borba, 17 anos, acampada desde o dia 25 de maio.
A identificação dos fãs se dá bastante pelas letras do quinteto, principalmente pelo empoderamento feminino abordado nas canções.
– Elas são novas e transmitem ideias de maturidade, como feminismo e autoaceitação – ressalta Diego.
– A mente delas é sensacional, assim como tudo o que elas dizem sobre assuntos como o feminismo – salienta Nencyly.
– Fifth Harmony me mostrou muito de mim mesma. Tanto no destaque ao feminismo quanto na minha própria aceitação – aponta Fernanda Minuto, 19 anos.
Quando não está na fila, Fernanda é estudante de publicidade e propaganda e trabalha como auxiliar administrativa. No primeiro dia da venda de ingressos, ela chegou às 22h na bilheteria da loja My Ticket, que só abriria às 10h. E não é a primeira vez que ela verá um show do quinteto americano.
– Eu vi o Fifth Harmony em Brasília, em 2014. Saí do show à meia-noite e fui para o aeroporto, onde fiquei até as 7h esperando elas para conseguir tirar uma foto – conta a fã, exibindo uma selfie com o grupo em seu celular.
Experiente em acampamentos para shows – Fernanda participou durante um mês da fila para ver a Demi Lovato em POA –, a estudante de PP é uma das organizadoras de um dos grupos de revezamentos da fila.
As sete barracas estão divididas em cinco grupos responsáveis, com dezenas de integrantes. Os fãs de cada grupo se revezam na fila por turnos: manhã, tarde e noite. Há aqueles que passam boa parte do dia por lá. Para matar o tempo, eles jogam verdade ou consequência, cartas e até twister. E, é claro, ensaiam o repertório do show.