O Rio Grande do Sul volta, nesta terça-feira (2), a bater recordes negativos de internações por covid-19 em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e se aproxima de um colapso generalizado. Com a subida nas hospitalizações pela infecção, o Estado chegou, no início da tarde, a 98,6% de todos os leitos de UTI ocupados.
Os dados são atualizados em tempo real no painel de monitoramento do governo estadual e sofrem oscilações ao longo do dia.
Às 12h20min desta terça, o RS possuía apenas 40 vagas em UTIs. De um total de 2.808 leitos públicos e privados, 2.762 estavam ocupados.
Oito regiões com esgotamento
No mesmo horário, o Rio Grande do Sul também contabilizava oito regiões com mais de 100% de ocupação das UTIs. O esgotamento, que atinge leitos públicos e privados em geral, ocorre nas regiões de Lajeado, Novo Hamburgo, Santa Cruz do Sul, Caxias do Sul, Capão da Canoa, Guaíba, Taquara e Cachoeira do Sul – ainda de acordo com o monitor estadual.
Para o enfrentamento da pandemia, o Estado foi dividido pelo governo em 21 regiões covid. São áreas que compartilham um mesmo sistema de saúde e proximidade geográfica.
Mais de 6 mil internados em leitos clínicos e de UTI
O boletim diário de hospitalizações divulgado pelo governo do Estado nesta terça-feira (2) também mostrou que o RS bateu a marca de 6 mil pessoas hospitalizadas em todos os tipos de leito com confirmação ou suspeita da covid-19. É a maior quantidade de internações simultâneas relacionadas à doença desde o início da pandemia.
No início da tarde desta terça, já eram 6.349 pessoas em leitos clínicos e de UTI, públicos e privados, com suspeita ou confirmação da infecção. Há um mês, eram 2.291 pessoas nessa situação.
RS sob bandeira preta
Todas as cidades gaúchas estão sob as regras da bandeira preta, no modelo de distanciamento controlado, desde sábado (27). A medida emergencial foi adotada pelo governo do Estado diante do risco de colapso iminente no sistema estadual de saúde. A bandeira preta, que provoca o fechamento da maioria das atividades não essenciais, será aplicada, ao menos, até o próximo domingo (7).
Ao anunciar o endurecimento de regras, o governo também criou uma trava de segurança para evitar o colapso do sistema hospitalar. A regra determina que, sempre que a relação entre leitos livres e leitos ocupados de UTI ficar abaixo de 0,35, todo o Estado passa automaticamente para bandeira preta. Com a piora no cenário da pandemia, este número vem caindo ao longo dos últimos dias e, na segunda-feira, a relação entre leitos livres e ocupados chegou a 0,05.