Obrigatório desde o início desta sexta-feira (1°) em todo o Rio Grande do Sul, o uso de máscaras no transporte público ainda é alvo de dúvidas — e está longe da unanimidade. Em Porto Alegre, no começo da manhã, muitos passageiros já utilizavam o equipamento de proteção. A nova regra, no entanto, era desrespeitada por muitos, inclusive motoristas de táxi.
— Só uso quando o passageiro embarca no carro — comentou um taxista, que não quis se identificar, com a máscara pendurada no retrovisor.
A medida foi anunciada na tarde da última quinta-feira (30) pelo governador Eduardo Leite como forma de prevenção ao coronavírus. Dessa forma, passageiros do transporte urbano e metropolitano precisam utilizar a proteção. A medida vale também para usuários de aplicativos.
Trabalhando como motorista de transporte individual há um ano, Alexsandro Kieffer da Silva, 39 anos, observa que, na Capital, os usuários ainda são resistentes ao uso do equipamento.
— Sou de Canoas e lá já existia uma lei que obrigava o uso da máscara nos carros de aplicativo, mas eu passei a usar desde o início da pandemia — relembra.
Na rodoviária de Porto Alegre, o movimento era baixo neste feriado do Dia do Trabalho. Grande parte dos passageiros utilizam máscaras, inclusive dentro dos coletivos. A aposentada Selma Soares, 59 anos, aguardava o embarque para Caxias do Sul. Moradora de Alvorada, ela pretende ficar até agosto junto da filha, de 35 anos, que está em tratamento de um câncer.
— Acabo ficando muito preocupada com a saúde da minha filha. Tomamos todos os cuidados possíveis. Vim para a rodoviária com um motorista que usava máscara, e eu mesmo tenho um estoque delas — comentou, enquanto ajeita as malas carregadas com roupas para o inverno.
No terminal Parobé, junto à calçada do Mercado Público, no Centro Histórico, os passageiros do transporte público seguiam a regra. Ainda no começo da semana, o prefeito Nelson Marchezan Jr afirmou que usuários poderiam ser barrados ao embarcar nos coletivos da Capital. Em nota, o Sindicato dos Rodoviários de Porto Alegre orientou que os trabalhadores não neguem acesso aos coletivos "de forma impositiva". A entidade reforça que, "na medida do possível", motoristas e cobradores façam "menção às recomendações" da EPTC.
Obrigatoriedade nos trens a partir de segunda
Apesar do decreto estadual prever a obrigatoriedade das máscaras por passageiros do Trensurb, quem chegou às estações sem o equipamento conseguiu embarcar nos trens na manhã desta sexta-feira. A reportagem encontrou seguranças das estações orientando quem estava sem o equipamento sobre a importância do uso e repassando a informação de que, a partir de segunda-feira (4), o acesso sem a proteção não será permitido.
GaúchaZH questionou a assessoria de imprensa da Trensurb sobre a orientação dos seguranças, mais ainda não obteve retorno.