
Andrew Bolton, na posição de curador de Wendy Yu no Museu Metropolitano de Arte, é responsável pelas mostras de primavera do Costume Institute, departamento de moda do Met – e as coleções que elabora todo ano são celebradas no Baile do Met, evento anual realizado em Nova York para o qual celebridades e estilistas capricham ao máximo na composição e criação dos visuais, fazendo-os chamativos e inesquecíveis. A festa deste ano será realizada no dia seis de maio e a exposição correspondente, "Camp: Notes on Fashion", poderá ser visitada de nove de maio a oito de setembro.
A montagem dessas mostras geralmente exige viagens internacionais para pesquisas ou que coincidam com o calendário da moda. O tema do ano passado, "Heavenly Bodies: Fashion and the Catholic Imagination", surgiu depois de uma parceria de dois anos com o Vaticano.
"Normalmente, temos só um ano para fazer as exposições, mas, por causa da complexidade de 'Heavenly Bodies', espichamos esse prazo. Só o fato de desenvolver uma relação com o Vaticano e ganhar a confiança de suas autoridades foi uma experiência incrível para mim e para o museu", diz Bolton, de 52 anos.
A mostra deste ano não o levou a lugar nenhum, mas Bolton diz que qualquer coisa e qualquer lugar podem ser exagerados, fora do tradicional ("camp").
"Os monumentos de Versalhes são um bom exemplo de excesso; o Empire State Building é outro. Os prédios, em geral, são rocambolescos! Veja a Basílica de São Pedro. E certas estátuas. Para mim, qualquer coisa que apareça em cartão-postal pode ser considerada teatral, dramática."
Depois de concluído o trabalho, Bolton faz sua viagem anual ao Lago Como, na Itália, com o companheiro, o estilista Thom Browne. "Chegamos lá tão exaustos que é difícil até sair do quarto para a piscina. Acabamos ficando no terraço."
Veja aqui o que não pode faltar em sua mala.
Chaveiro
"Thom criou um chaveiro com um talismã, que é o Hector, nosso cachorro. Sempre levo no bolso. Para mim, funciona como a medalhinha de São Cristóvão."
Roupas básicas
Acho que percebi há alguns anos que tenho tendência para ser acumulador, e é por isso que evito colecionar coisas; fico com medo de nunca mais conseguir jogar nada fora. Esse mesmo temor também me impede de ser excessivo no que compro e ponho na mala.
ANDREW BOLTON
curador do departamento de moda do Metropolitan Museum of Art
"O que ponho na mala é meio que meu uniforme: chinos, camisa branca, cardigã, suéter, um paletó, um ou dois pares de sapatos. Acho que percebi há alguns anos que tenho tendência para ser acumulador, e é por isso que evito colecionar coisas; fico com medo de nunca mais conseguir jogar nada fora. Esse mesmo temor também me impede de ser excessivo no que compro e ponho na mala."
Relógio de pulso
"Sempre viajo com o mesmo relógio, o Cartier que Thom me deu no meu aniversário, o mesmo modelo que John F. Kennedy Jr. usava. É quase como se fosse meu talismã. Tem uma história tão bonita por trás dele! Sei que não uso tanto quanto deveria. Com certeza, um presente maravilhoso que estimo muito."
Roupa de ginástica
"Sempre gostei de correr pela cidade para onde viajo. Hoje ainda faço isso, quando o joelho ajuda. Roma é maravilhosa; saí para correr e tal, mas não tenho muito senso de direção. O que poderia ter durado 45 minutos virou uma hora e meia. Eu me perdi no caminho de volta para o hotel, acabei fazendo uma meia maratona... mas é um jeito maravilhoso de conhecer a cidade."
Caderno Moleskine
"Sempre viajo com um Moleskine para o caso de eu ter alguma ideia, quase sempre relacionada a trabalho. E levo um lápis também. Já perdi o celular tantas vezes... ponho o caderno na mochila e pronto, sem drama. Muito melhor para fazer anotações."
Por Nell McShane Wulfhart