Passados 40 anos desde que saiu de casa e abraçou a civilização, a costureira Maribel Edira Klipel da Silva voltou, em dezembro do ano passado, a morar na cabana isolada em que viveu até pouco antes da maioridade. Ela se desvencilhou de comodidades como um chuveiro de água quente, uma geladeira movida a eletricidade e um fogão a gás. Passou a viver com a sensação de estar em suspenso no tempo. Durante o dia, recebe turistas na sala de estar da choupana de madeira erguida por seus pais há 73 anos, localizada no que hoje é o Parque Nacional de Aparados da Serra, em Cambará do Sul. À noite, enquanto quem mora nas cidades desliga os abajures, ela apaga a lamparina acesa a gás e adormece ao lado do marido a poucas dezenas de metros do cânion do Itaimbezinho, penhasco de 720 metros de altura localizado na divisa do Rio Grande do Sul com Santa Catarina.
Singular
A família que vive à beira do penhasco, no cânion do Itaimbezinho
Há 73 anos, um casal ergueu uma casa de madeira longe da civilização. Hoje, uma das filhas voltou a morar no local e, com familiares, abriu as suas portas para receber turistas
Marcel Hartmann
Enviar email