
Ao passo que a economia começa a mostrar sinais de vida, o turismo reage. No primeiro semestre deste ano, o crescimento das vendas pelas operadoras brasileiras foi superior a 12% em relação ao mesmo período do ano passado. O carro chefe desse crescimento foram os destinos internacionais, com alta de 23% (os nacionais caíram 3%). O valor médio dos pacotes para outros países cresceu 16% no período, conforme dados da Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), apresentados em São Paulo durante 45ª Abav Expo Internacional de Turismo e o 48º Encontro Comercial Braztoa, encerrados nesta sexta-feira (29).
– O que percebemos é que os brasileiros estão comprando pacotes mais completos e gastando menos no Exterior durante as viagens – afirmou Magda Nassar, presidente da Braztoa.
A expectativa é que o setor de turismo volte aos tempos áureos de 2014, quando as reservas batiam sucessivos recordes. A Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav) mostrou que as agências movimentaram R$ 47,5 bilhões em vendas nos últimos 12 meses, considerando segundo semestre de 2016 e primeiro de 2017. Conforme a Abav, com a crise, os brasileiros trocam os hotéis mais caros por opções mais baratas, ficam menos dias e levam menos para gastar no destino — tudo para não deixar de tirar umas férias.
No evento, também foi apresentado o chamado Big Data Abav, um censo que ouviu 24% das quase 2,5 mil agências e operadoras filiadas à associação, mostrou que a emissão de passagens aéreas ainda é o que mais atrai clientes às agências, seguido pelas reservas de hotéis. A venda de pacotes domésticos ocorre em número quase igual ao de pacotes internacionais nas companhias, mostrando que os destinos estrangeiros não decaíram com a crise.
O estudo também aponta acirrada concorrência no setor – e, por consequência, chances de melhores preços ao viajante. As micro e pequenas agências, em geral negócios familiares, são maioria no mercado: seis em cada 10 estão neste grupo, com faturamento mensal de até R$ 60 mil. Apenas uma em cada 10 agências têm faturamento mensal superior a R$ 3,6 milhões.