Entre morros, no centro do Estado, uma comunidade rural guarda histórias de fé e uma paisagem que combina com os dias frios do inverno. É o Vale Vêneto, distrito do município de São João do Polêsine, em uma região conhecida como Quarta Colônia da imigração italiana no Rio Grande do Sul.
O Vale fica a cerca de 40 quilômetros de Santa Maria. A partir de Porto Alegre, são 271 quilômetros de viagem pelas BRs 448, 386 e 287. Passando um pouco a entrada de Restinga Seca, no trevo que dá acesso à localidade de Santuário, o trajeto segue pela ERS-149 por mais cinco quilômetros e, depois, outros cinco de estrada de chão.
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No distrito, moram aproximadamente 800 pessoas – a maioria descendente de italianos. A paz que se encontra nas ruas tem tudo a ver com uma das características mais marcantes da região: a fé cultivada pelos imigrantes. Há seis capelas erguidas por eles, geralmente em agradecimento às graças alcançadas durante a colonização. Há também três grutas. Uma delas é a de Nossa Senhora de Lourdes, construída para proteger o povoado das enchentes em 1940. Ali, há uma fonte de água natural.
– Os católicos consideram essa água curativa, uma água benta. Então, eles vêm aqui por devoção, pedem e alcançam graças – conta a guia de turismo rural Tânia Rorato.
Para acompanhar as 14 estações do calvário, que contam da morte à ressurreição de Jesus, subimos mais de cem degraus no Morro do Calvário de Cristo, de onde se tem uma vista de encher os olhos. Mas o símbolo religioso mais visitado no Vale é a Igreja Matriz – única dedicada ao corpo de Cristo na América Latina. Os imigrantes levaram 20 anos para concluir a construção, inaugurada em 1907. Da estrutura original, ainda restam os bancos, as portas, o altar e o teto, que foi todo desenhado em madeira. Aliás, o teto é oval nas extremidades, para que o canto dos corais ecoe na igreja.
Para o almoço, há um único restaurante na vila, da Romilda, que fica em frente à igreja. A refeição típica italiana sai por R$ 50 por pessoa, e é aconselhável fazer reserva pelo telefone (55) 3289-1095.
Trilhas
Outra atração é a Cascata da Encantada, acessível por uma trilha de 500 metros. O nível de dificuldade é médio, mas, em alguns pontos, o esforço é maior. Após 30 minutos, avista-se a cascata de 20 metros de altura. Segundo o guia Julio Scheid, os visitantes fazem um ritual na chegada, porque, quando o sol se põe na fenda entre os Cânions da Encantada, o visual é místico:
– Cada uma com sua fé, as pessoas fazem sua oração, seu pedido.
Essa trilha é feita a partir do Rincão da Encantada, onde fica a cachoeira. A maioria dos visitantes almoça no local, em um restaurante que funciona aos fins de semana e cobra R$ 50 por pessoa (contatos pelo telefone 55 8443-8985).
– Nossa proposta é o estilo cozinha viva, que é oferecer produtos mais naturais, que sejam próximos aqui da região – explica a chef Jane Foliatti.
Há outras 10 trilhas em diferentes pontos de Vale Vêneto, que podem ser feitas de dia ou à noite. Para quem quiser a companhia de um guia, cada trilha custa R$ 20 por pessoa (no mínimo 10 visitantes). Os passeios têm parada em cafés coloniais, que custam R$ 32 (servidos apenas para grupos com mais de 20 pessoas).
Quer pernoitar?
Quem quiser dormir em Vale Vêneto pode alugar uma casa mobiliada, ao custo de R$ 80 a R$ 120 por pessoa, na Hospedagem Dotto & Dotto (55 9981-4730) ou na Cabana do Vale (55 3289-1071). Há ainda a possibilidade de se hospedar na casa de uma família, a R$ 70 por pessoa (informações pelos telefones 55 3289-1146 ou 55 9981-4730).
#PartiuRS é uma série multimídia que mostra as belezas do Estado. Além do ZH Viagem, a série pode ser acompanhada aos sábados, no Jornal do Almoço, da RBS TV, no Supersábado, da Rádio Gaúcha, e em um site especial no G1. A coordenação é de Mariana Pessin (mariana.pessin@rbstv.com.br)