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Basta alguns segundos embaixo dágua para apreciar as ricas fauna e flora marinhas e emergir com o sorriso de quem jamais tinha presenciado tamanho espetáculo natural. Para ter certeza, segundos depois, outro mergulho a fim de apreciar cada detalhe das águas cristalinas da Ilha do Campeche, no sul de Florianópolis. Nesta temporada, a visibilidade da água chegou a incríveis 13 metros.
No verão, a ilha recebe aproximadamente 40 mil visitantes, com um limite de 780 pessoas por dia. São trilhas terrestres e subaquáticas com visitação educativa, abertas dependendo das condições climáticas. Os pontos para mergulho ficam ao norte e ao sul da praia, indicados para contemplação não somente pela biodiversidade marinha, mas também pela limpidez de suas águas e pela localização protegida de ondas e correntes.
Os barcos começam a desembarcar às 9h e partem pontualmente às 17h. A taxa de embarcação cobrada de R$ 3 a R$ 5 dos barqueiros é aplicada nas atividades de visitação educativa e conservação da ilha. Saem de Barra da Lagoa, Armação e Campeche (confira os valores na tabela). A recomendação dos monitores é perguntar para a empresa do transporte, antes de partir, se no dia haverá trilhas.
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Mesmo em dias de vento sul e com tempo nublado, a visibilidade da água chega a 12 metros. A sensação é de estar em uma piscina (recomendo levar um óculos de mergulho para apreciar melhor o fundo do mar).
- Impressionante. Parece Caribe. Não dá para acreditar que tenha essa condição aqui em Florianópolis. Muito lindo - disse, em um espanhol misturado com português, o turista Carlos Magnário, 23 anos, que aproveitou cada minuto na ilha embaixo dágua com um grupo de amigos.
Quem deseja uma das duas trilhas subaquáticas recebe na areia as orientações. A primeira embarcação parte por volta das 10h para o local, com limite de 15 pessoas. Peixes como sargentinho, marimbau, baiacu, salema, cocoroca, trombeta, xerelete e donzelinha, ouriços, algas e estrelas do mar são fáceis de serem encontrados. Os mais sortudos podem deparar com peixe cofre, anjo, borboleta, moreia e tartarugas.
Além de ser uma atração turística, a ilha do Campeche é um importante sítio arqueológico, composto por gravuras rupestres e oficinas líticas (locais usados para fabricar instrumentos como machado), encontradas nos costões rochosos. É tombada como Patrimônio Arqueológico e Paisagístico Nacional pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 2000.
Em 1772, na hoje Praia da Armação, foi instalada uma armação de baleia até a Lagoa do Peri e encostas, com a denominação de Armação e Fazenda de Santa Anna da Lagoinha, com casa grande, armazém, igreja, senzalas e engenhos de azeite. A Ilha do Campeche chegou a ser usada como um posto de emergência desta armação, com tanque de 3,5 metros de profundidade e engenho de frigir.
As armações começaram a declinar em 1790, e, em 1829, foi destinada ao serviço público para hospedar colonos estrangeiros. Pescadores artesanais, na primeira metade do século 20, permaneciam por longo tempo na ilha e usavam os ranchos de pesca como abrigos.
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