A Pacific Crest Trail, trilha de 4.264 quilômetros que pode ser percorrida a pé ou a cavalo do México ao Canadá, já foi chamada de Trilha Apalache da Costa Oeste dos Estados Unidos -, mas esta descrição, na verdade, não lhe faz justiça, pois é mais longa, mais rústica e mais exigente do que a versão na costa oposta.
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Começando no chaparral desértico perto da fronteira mexicana, a rota sobe (e sobe e sobe) pelas cordilheiras de Sierra Nevada e Cascade enquanto vai seguindo, sem dó nem piedade, para o norte; atravessa a faixa oeste do Deserto de Mojave; cruza as terras altas solitárias do Parque Nacional da Sequoia, na Califórnia e Tuolumne Meadows, no Yosemite; ziguezagueia pelas florestas próximas ao Parque Nacional do Lago Crater, no Oregon; e se abre para vulcões como o Monte Rainier, em Washington.
Percurso tem atraído muitas mulheres
Como personagem inesquecível, a trilha talvez só perca para Cheryl Strayed, 46 anos, autora do livro de memórias Wild: From Lost to Found on the Pacific Crest Trail, que já vendeu mais de um milhão de cópias desde que foi lançado, em março de 2012.
A obra ganhou adaptação para o cinema em Livre, filme que rendeu a Reese Witherspoon uma indicação de melhor atriz no último Oscar. No início de 1995, a jovem pegou a trilha para esquecer os problemas e reencontrar a si mesma.
STR/NYTNS/Divulgação
E havia muita coisa para resolver: inconsolável com a perda da mãe, quatro anos antes, e recém-saída de um divórcio, estava tão perdida quanto o novo sobrenome que tinha escolhido. Com um exemplar de poemas de Adrienne Rich na mochila pesada e a marca ainda fresca da picada da agulha de heroína na perna, a moça começou a seguir a trilha, sozinha, a partir da borda do Deserto de Mojave. Sem saber quanto tempo iria aguentar ou o que poderia encontrar, estava apenas decidida a seguir em frente.
(Cheryl completou metade do percurso ao longo de vários meses, eliminando diversos trechos, às vezes de avião, outras pelas circunstâncias.)
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Desde que o livro foi lançado, o percurso vem atraindo muitas mulheres que, como a autora, precisavam de uma mudança na vida e acreditavam poder encontrá-la nessa rota desafiadora, por vezes solitária, em busca da combinação de "promessa e mistério" que Cheryl descreveu de forma tão tentadora.
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De sua casa em Portland, a escritora disse que cerca de mil pessoas já lhe mandaram e-mails para dizer que tinham lido Wild e que ele fora a motivação para a caminhada.
"Efeito Wild"
Não vá pensando, porém, que as passagens da High Sierra estão lotadas de viciados em heroína cambaleando em direção ao Canadá em caminhadas de cinco meses de duração; o "efeito Wild", como vem sendo chamado, é abrangente, mas cheio de nuances - pelo menos de acordo com Jack Haskel, especialista em trilhas da ONG Pacific Crest Trail Association, que trabalha em parceria com o Serviço Florestal, cuidando da manutenção do percurso e fornecendo licenças para os caminhantes de longa distância.
Fox/Divulgação
- A impressão que eu tenho é que Wild, até agora, vem motivando o público a fazer excursões de uma semana, ou até de fim de semana. Encontrei só cinco ou seis que tinham percorrido distâncias maiores; o resto, só em trechos curtos - explicou ele por e-mail.
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