Com boa dose de emoção, um programa para lá de diferente em Mariana está ligado à exploração de ouro, atividade que permeou a história da cidade.
Trata-se da descida até uma das áreas de extração da Mina da Passagem, numa das estradas que ligam Ouro Preto a Mariana. E não é um passeio qualquer. O veículo é um antigo trole (carrinho) que transportava mineiros e segue até o fundo atrelado a um cabo de aço, mesmo instrumento usado para puxá-lo de volta até a superfície.
A Passagem é a maior mina de ouro aberta a visitação do mundo. A descida para as galerias subterrâneas percorre 315 metros de extensão e chega a 120 metros de profundidade, onde se vê um lago. O cenário do interior da mina impressiona com velhas ferramentas e estruturas de sustentação. Desde a fundação, no início do século 18, foram retiradas aproximadamente 35 toneladas de ouro.
A Mina da Passagem está aberta para visitas às segundas-feiras e às terças, das 9h às 17h, e de quarta a domingo, das 9h às 17h30min. O preço do passeio é de R$ 24 para adultos e R$ 20 para crianças entre seis e 12 anos.
Atração musical
Uma das grandes atrações artísticas e musicais de Mariana é o órgão doado por dom João V, então rei de Portugal, ao Brasil, no século 18. Um tesouro que, há mais de 250 anos, está na Catedral da Sé, sob as bênçãos de Nossa Senhora da Assunção. Imponente, o Arp Schnitger é o único órgão desse tipo fora da Europa que ainda funciona.
Construído artesanalmente na Alemanha, no início do século 18, foi levado para Mariana em 1753. Foi um presente da coroa portuguesa ao primeiro bispo de Mariana. Entre os órgãos da fábrica Schnitger, que existe até hoje, o de Mariana é um dos mais bem conservados e está em processo para ser reconhecido como Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
Os sons do Arp Schnitger saem de tubos que têm quase 2,5 metros de comprimento. Atrás, as alavancas são imensas.
- Sobe-se nelas e, com o peso do corpo, se faz a produção do sopro - ensina a organista Elisa Freixo, que sempre dá recitais com o instrumento.
Com todas as peças feitas de forma artesanal, o instrumento passou por uma restauração, iniciada em 1970 e concluída quatro anos depois. Desde 1984, já foram realizadas mais de 1,7 mil apresentações. E uma catedral é ideal para preservar a acústica.
- É um casamento especial entre o espaço, o som do órgão, a estética do órgão, a aparência física. É um privilégio grande poder trabalhar num espaço assim - afirma Elisa.
Os concertos com o Arp Schnitger, duram em média 45 minutos. São duas apresentações semanais com as organistas Elisa Freixo ou Josinéia Godinho: às sextas, às 11h, e aos domingos, às 12h15min. Para agendar grupos ou ter informações, ligue (31) 3558-2785 ou consulte: www.orgaodase.com.br.