Viajante relata visita a Ilha Maurício, no meio do Oceano Índico

Nesta minha última viagem à África, queria visitar algum país que ainda não conhecia. Então incluí no final do roteiro a Ilha Maurício, no meio do Oceano Índico, descoberta na rota das especiarias do século 16 e hoje um grande destino turístico.

O país oferece uma excelente infraestrutura hoteleira e praias encantadoras. Entre suas atrações, estão montanhas verdejantes, interior rural e prazerosos passeios de catamarã cruzando suas baías e ilhotas tropicais, com muitas opções de mergulho.

Ainda mais interessante é a história desta ilha que está culturalmente e geograficamente entre a África e a Ásia. Maurício já era conhecida dos mercadores árabes desde o século 5, e foram os portugueses os primeiros europeus a descobrir a ilha desabitada em 1505. Foi só no final do século 16 que os holandeses estabeleceram uma base de abastecimento para sua rota à Batavia - ilhas das especiarias na atual Indonésia.

A colônia chamada Maurício, em homenagem ao príncipe Maurits van Nassau, não prosperou e foi abandonada no início do século 18. Os franceses chegaram logo depois e transformaram a capital, Port Louis, em um porto dinâmico e construíram usinas de açúcar. Durante as Guerras Napoleônicas, a ilha foi tomada pelos britânicos como parte dos planos de controlar o Oceano Índico. Os novos governantes permitiram à elite local manter o idioma, a religião e suas plantações de cana-de-açúcar, da qual dependia a economia, e que, mesmo hoje, cobre 40% deste país de somente 2.040 km². A língua oficial é o inglês, mas o francês continua sendo a mais falada, enquanto que o idioma doméstico da maioria dos 1,3 milhão de habitantes é o creole.

Com a liberação dos escravos, os ingleses levaram para trabalhar nas plantações meio milhão indianos, cujos descendentes constituem hoje 68% da população. Eles controlam a política do país, composto também por 27% de mulatos, 3% de chineses e 2% de brancos. Essa formação étnica reflete na diversidade religiosa, com 50% de hindus, 30% cristãos e 20% muçulmanos. Vale a pena conferir in loco a história e diversidade de Maurício, com a hospitalidade deste povo de três continentes que adotaram a ilha como o lar comum.

Um pouco do que os leitores puderam ver nos blogs de turismo do Grupo RBS, reunidos no site do Viagem.

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