Os lugares mais distantes do Centro de Chapecó fogem do óbvio e boa parte dos moradores desconhece.
"Isso não fica em Chapecó. Nasci aqui e nunca ouvi falar", disseram algumas pessoas à reportagem.
Até os funcionários do Centro de Informações Turísticas pareciam não saber. Não há tradição de turismo no município, como a própria prefeitura admite. Portanto, para quem pretende dar uma volta pela cidade, paciência: a Secretaria de Agricultura, que dá dicas dos roteiros, só funciona a partir das 13h. A outra opção é desbravar.
Rota dos Tropeiros
No lugarejo chamado Linha Boa Vista, há um museu construído por um senhor de 86 anos só para os bisnetos e os tataranetos entenderem como funcionavam as coisas antigamente. O local cresceu tanto em 25 anos que o Museu do Tropeiro Velho abriu suas portas para o público - são mais de 2 mil peças, algumas com mais de cem anos. O próprio idealizador, Luiz da Fonseca Rosa, o tropeiro velho em pessoa, faz questão de acompanhar cada visitante e, de vez em quando, preparar um fogo de chão por ali.
Rota Italiana
Do outro lado, onde a BR-282 leva a Cordilheira Alta, há um pedacinho da Itália. Uma réplica de casa típica do início do século é mantida com orgulho pelos moradores de Colônia Cella. Há 10 anos, o local abriga um museu com ferramentas e utensílios domésticos usados à época. Mais adiante, ainda seguindo pela BR-282, a gruta Sede Figueira reserva diversão. Em meio à mata nativa e a cascatas, a Trilha dos Mistérios do Rosário tem 15 esculturas que contam a história da via-sacra em pedras de arenito, obra do artista Cyro Ionoski.
Rota do Vale do Rio Uruguai
Para os lados do aeroporto, na SC-480, Chapecó reserva ainda mais surpresas. Em direção ao Rio Grande do Sul, há mirantes, casas de produtos coloniais, artesanato e duas tirolesas. A primeira tem 400 metros de extensão e uma bela vista do Rio Uruguai. É possível sentar no mirante, logo ao lado, e comer o pinhão servido pela Lanchonete Tonello no inverno.
Mas se você é daqueles que prefere mais emoção, o melhor ainda está por vir. Três quilômetros à frente, pela mesma rodovia, é possível chegar a uma tirolesa interestadual. Inaugurada no ano passado, ela atravessa o Rio Uruguai, que faz a divisa entre Santa Catarina e Rio Grande do Sul, de ponta a ponta. O cabo de 1,3 quilômetro de extensão parte do município gaúcho de Erval Grande e chega à localidade de Goio-En, ainda em Chapecó.
- A topografia do lugar nos chamou a atenção. É perfeita para uma tirolesa diferente. E tem todo um glamour de atravessar dois Estados - diz o proprietário, Rogério Antônio Faé, 39 anos.
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