Entre Atlântida Sul e Santa Teresinha, existe um refúgio para quem prefere passar a temporada de verão longe da agitação das praias mais badaladas do Litoral Norte. Trata-se de Imara, balneário situado no território pertencente ao município de Imbé.
A beira-mar de Imara tem a extensão de apenas cinco quarteirões. Há dois quiosques e a guarita 110 não tem guarda-vidas, está interditada e sem condições de uso. Na areia é possível ver famílias de quero-queros em circulação e cascas de mariscos espalhadas.
O professor aposentado Eloyr Schneider, 64 anos, passeava em frente ao mar. O ex-docente conta que veraneia em Imara há 32 anos. Segundo relata, era um local desassistido, mas a situação melhorou nos últimos anos.
— É a última praia do município de Imbé e é bem pequena. Fora de época é quase deserta e tem poucos moradores residentes — contextualiza.
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Conforme Schneider, durante a época de veraneio, a praia é calma, espaçosa e sem a presença de público.
— Aqui é bem sossegado para descansar. Tem essa tranquilidade que faz com que a gente aproveite a natureza bem preservada — observa, acrescentando que a pandemia trouxe mais fluxo de moradores fixos para Imara.
A paisagem de dunas exibe vários pinheiros e os banhistas têm à disposição banheiro químico localizado no encontro da Avenida Beira Mar com a Tupi. Apesar de haver espaços para jogar vôlei e goleiras de futebol na beira da praia, ninguém praticava essas modalidades nesta manhã.
O aposentado Cezar Boff, 63 anos, veraneia há duas décadas no balneário. Ele preparava uma tenda com lona preta para receber os netos. O sol era intenso, assim como o vento.
— O que mais gosto é a tranquilidade. Saio para a praia e deixo tudo aberto em casa — diz.
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Para Boff, poderia haver mais quiosques e banheiros para os frequentadores.
— E a nossa guarita está interditada por estar caindo — reclama.
Perto das dunas, o balconista Arno Arnhold, 45, estava sentado sob uma tenda na companhia da esposa, Josiane, 41, e da filha Eduarda, 15. A família de Campo Bom, no Vale do Sinos, havia levado itens para comer e beber na beira da praia.
— Estamos passando o final de semana em Imara. Mas viemos para o balneário já faz três anos — comenta Arnhold.
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A proprietária do quiosque 60, Tatiane Dias Nunes, 42, mora em Imara. Há 10 verões consecutivos, oferece produtos como peixes, caipiras e cervejas no local. Durante o inverno, quando a praia fica deserta, a família vive da pesca de cabo.
— No Natal e na virada do ano tem movimento. Mas aqui é uma praia de família, então, para nós é bom. Tem pouco movimento, mas nos finais de semana melhora.
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O quiosque abre em 24 de dezembro e permanece assim até o Carnaval. Os pratos mais pedidos são peixe, milho, coco, pastel e caipira.
— Aqui é um cantinho bom — conclui Tatiane.
Em Imara, não se veem vendedores na beira da praia, nem aparelhos de som ligados com volume alto. Espaço para se espraiar em guarda-sóis é o que não falta. Aqui, a calmaria anda de mãos dadas com o merecido descanso das férias de verão.