A terça-feira (14) começou no Litoral Norte mantendo duas características que encantam os veranistas desde o começo da temporada: sol e mar limpo com tons esverdeados. Mas o vento, mais uma vez, impedia uma combinação perfeita à beira-mar.
Por volta das 9h, já superava os 20 km/h, soprando de Nordeste, e tinha previsão de chegar além dos 30 km/h ao longo do dia, caracterizando o indesejável Nordestão.
Ainda pela manhã a aposentada Beti Rigotti, 63 anos, se protegia das rajadas enrolada em uma saída de praia na areia de Tramandaí.
— Como só temos hoje para aproveitar, tem de ser com vento mesmo. Chegamos hoje de Sapucaia do Sul e retornamos hoje mesmo — explica Beti.
Já o mar mantém a coloração que faz muitos banhistas esquecerem que um dia ele já teve o aspecto de uma calda de chocolate. Com bandeira amarela, as ondas estavam baixas — mas nem todos os surfistas se chatearam com isso.
— Para quem quer fazer manobras radicais, é ruim. Mas pra mim, que estou aprendendo, é bom — avalia o analista de suporte de Novo Hamburgo Márcio Oliveira, 44 anos.
Há quanto tempo ele está aprendendo?
— Ah, já faz uns 10 anos — ri Oliveira, explicando que as lições foram interrompidas várias vezes, como quando morou por cinco anos na Irlanda.
Mas, diante do surpreendente mar gaúcho de 2025, está disposto a finalmente domar as ondas e mergulhar em novos desafios:
— Esse ano quero pagar duas dívidas: aprender a surfar e a tocar violão.