Eles me chamavam de fruta-pão. Variação de frutinha, um dos tantos nomes pejorativos para se referir aos homossexuais. Não importava que eu não fosse: alguma coisa em mim me tornava alvo da zombaria de alguns colegas do Ensino Médio. Vai ver era porque, aos 15, 16 anos, eu ainda não havia beijado uma guria, ou porque eu e um amigo tínhamos colocado brinco (em 1989, garotos com orelha furada não eram tão comuns quanto hoje). No fundo, não era ser chamado de fruta-pão o que me machucava, mas saber que me chamavam assim porque queriam me machucar.
Opinião
Qual é a graça em chamar alguém de bicha?
A rejeição a piadas homofóbicas parece ser seletiva: se o alvo for Carlos Bolsonaro, mesmo quem é de esquerda e se diz progressista compartilha
Ticiano Osório
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