Preparar um alimento numa panela de barro, socar um ingrediente com pilão de madeira ou usar peneiras que passaram por gerações dentro de uma família: isso tudo vai muito além do simples ato de cozinhar. É uma manifestação cultural.
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Quem defende este tipo de produção alimentar, baseada em tradições, é Raul Lody, antropólogo e especialista em antropologia da alimentação. Ele é autor do "Manifesto Colher de Pau", que propõe um diálogo com especialistas em vigilância sanitária e higiene. Para ele, a sociedade começou a perder as suas características depois que certos utensílios foram proibidos de entrar na cozinha em prol da segurança alimentar.
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- Certas comidas só vão valer se tiverem aquele processo. É uma questão simbólica. Comida é comunicação, história e religiosidade. Não é só realizar uma receita, é muito mais que isso: é um processo com insumos e conhecimentos culturais nessa preparação. Não é só encher a pança e estamos encerrados - avalia.
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Um desses itens é a própria colher de pau, cuidadosamente escolhida como símbolo das tradições do universo culinário.
Cultura
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Camila Kosachenco
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