Nem todas as universidades do país utilizam corpos para o estudo da anatomia, devido à dificuldade em conseguir cadáveres. Um levantamento da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) mostrou que 8% das instituições pesquisadas usam apenas modelos.
O estudo ouviu 753 estudantes, de 83 universidades, localizadas em 22 estados, de julho de 2013 a julho de 2014. A pesquisa apontou também que, entre as universidades que utilizam cadáveres (92%), metade usa órgãos já dissecados devido à falta de corpos.
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No processo de dissecação, os alunos podem abrir os cadáveres e separar diferentes partes do corpo para o estudo. Quando isso não é possível, os acadêmicos têm de estudar partes do corpo separadas, o que dificulta o entendimento da relação entre elas, segundo a professora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e conselheira da Sociedade Brasileira de Anatomia (SBA) Andréa Oxley da Rocha.
- Os alunos têm de entender a disposição dos órgãos no corpo humano e como eles se relacionam entre si, o que é mais difícil fora do corpo humano, sem cadáveres para dissecação - explica Andréa.
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Na opinião de 80% dos estudantes, o uso de corpos e a dissecação facilitam a interpretação de exames de imagem, a realização de exames físicos e o exercício da clínica médica. Para 93% deles, a utilização de modelos pode complementar o estudo, mas não substitui a análise dos corpos.
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