Pesquisa realizada pelo Datafolha revela que 90% dos jovens e 87% dos pais da região Sul acreditam na eficácia das vacinas. No entanto, 91% dos jovens e 95% dos pais afirmam que as pessoas só se previnem por meio das vacinas ao verem propagandas que passem medo de contrair uma doença. O levantamento mostra ainda que, para 36% dos pais, a vacina contra a meningite meningocócica é a mais importante para o filho tomar dentre sete opções de vacinas apresentadas.
Foram entrevistadas 1,2 mil pessoas de nove capitais do país, sendo 854 jovens com idade entre 11 e 24 anos e 409 pais de filhos jovens. Quando perguntados sobre quais vacinas já haviam tomado, as respostas foram: tétano (80% jovens e 78% pais), hepatite (70% jovens e 68% pais), gripe comum (56% jovens e 60% pais) e meningite meningocócica (58% jovens e 66% pais). O risco de surto ou epidemia (85% jovens e 81% pais) é o segundo principal motivador para que as pessoas tomem vacina, seguido de campanhas realizadas pelo governo (76% jovens e 85% pais).
O medo de agulha é apontado por 81% dos jovens e 74% dos pais como um dos motivos para as pessoas não tomarem vacinas. Os entrevistados também afirmaram que os homens, de maneira geral, não gostam de tomar vacinas (60% jovens e 71% pais).
Médico alerta para risco de meningite entre jovens
Apesar da vacinação contra a doença ter sido apontada como importante, o conhecimento sobre a meningite é baixo entre os jovens do Sul. Grande parte desse público (58%) não sabe indicar quais são os sintomas da meningite meningocócica e 52% desconhecem os fatores que levam a contrair a doença.
- A meningite meningocócica ocorre principalmente em crianças menores de cinco anos, porém os jovens também estão muito propensos ao contágio, pois a bactéria causadora da doença é transmitida por gotículas respiratórias e saliva, e é nessa faixa etária que os jovens participam com maior frequência de festas e comemorações onde compartilham copos e talheres e beijam com mais frequência - diz o médico Ricardo Feijó, professor adjunto de Pediatria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS).
Segundo o médico, a doença é grave e nesse público pode ter impacto negativo no desenvolvimento físico e social, pois além do risco de morte, pode deixar sequelas, como surdez, amputação de membros e distúrbios mentais.
Medo de agulha?
Pais e jovens do Sul acham que as pessoas só se vacinam motivadas por campanhas, revela pesquisa
Levantamento também mostra que 36% dos pais consideram a vacinação contra a meningite meningocócica a mais importante para seus filhos
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