Avós presentes fazem com que crianças cresçam mais saudáveis, dizem cientistas

Uma pesquisa de suíços e australianos, que analisou estudos anteriores de todo o mundo, destaca que a presença dos avós pode aumentar substancialmente as chances de uma criança sobreviver durante a infância. Seu apoio prático e financeiro ajuda a manter os jovens em forma e saudáveis, enquanto seu amor e capacidade de escuta ajudam crianças e adolescentes a passarem por períodos difíceis, como o divórcio de seus pais.

- Os avós, nas sociedades industrializadas, investem uma quantidade significativa de tempo e dinheiro em seus netos - considera David Coall, da Universidade Edith Cowan, um dos autores da pesquisa.

Além dos humanos, apenas algumas baleias teriam a presença de avós no seu desenvolvimento, conforme o pesquisador.

Maior expectativa de vida é determinante

A importância da mutualidade da relação entre avós e netos foi reconhecida sobretudo durante a década de 80 e, desde então, o interesse sobre a avosidade cresceu consideravelmente. Dentre os fatores que contribuíram para esta situação, está o aumento na expectativa de vida, o que tem levado a maior tempo de permanência dos indivíduos na função de avós.

Entre os estadunideneses, cerca de 50% tornam-se avós entre 49 e 53 anos, passando de 30 a 40 anos exercendo esse papel. Na França, cerca de 80% das avós têm mais de 65 anos e 50% delas vão se tornar bisavós, enquanto em torno de 20% das francesas com mais de 80 anos já são tataravós. Na Inglaterra, quase metade da população tem netos, sendo que 25% do grupo são os principais cuidadores dessas crianças, passando, em média, seis horas por semana substituindo os pais.

No Brasil, quanto mais elevado o número de filhos, maior é a chance de a mulher acima de 60 anos ter filhos e netos residindo em sua casa.

- Por aqui, segundo dados do IBGE, os avós são cada vez mais responsáveis por cuidar dos netos, uma vez que os pais precisam se dedicar ao trabalho para manter a renda familiar - comenta a médica Renata Diniz, que dirige uma empresa especializada em cuidados domiciliares na terceira idade.

O estudo foi publicado no periódico científico Psychological Science.