No último sábado (17), MC Carol fez um relato em uma rede social sobre a vida dela e levantou uma reflexão sobre diferenças sociais e criminalidade. Nesta segunda-feira (19), a publicação tinha mais de 12 mil compartilhamentos e 38 mil reações.
"Eu conheci o inferno", iniciou a funkeira, que disse ter optado pelo álcool ainda na adolescência depois de terem oferecido drogas para ela consumir e vender.
"Com 15 anos, eu não tinha vontade de ver sol, eu acordava já era noite, bebia como se fosse refeições e, quando ia na rua fazer um bico, via crianças felizes com seus pais, subindo (saindo) da escola enquanto eu estava bêbada e com fome, via pessoas jogando pedaço de pão fora que eu queria comer", escreveu.
A cantora afirma que o funk foi sua salvação e, buscando ajudar outras pessoas, diz que costuma levar crianças da rua para a casa dela a fim de compartilhar suas experiências e conhecer a história do outro. Ela lembra de um menino negro, de 13 anos, que trabalhava nas ruas para ajudar a mãe e os irmãos e, por isso, não ia à escola.
"Ele estava no lugar errado, na hora errada, não estava armado, ele foi morto", conta. "Como tirar o ódio do coração dessas crianças, que perderam seus irmãos, primos, amigos, tios, pais e até mães?", questionou a cantora.
Ao falar das condições que geralmente levam as pessoas da periferia à criminalidade, MC Carol abordou as diferenças sociais e comentou que "nem todos os meninos e meninas, idosos e idosas de rua usam droga". "Essas pessoas querem fazer faculdade também, igual a você, querem uma casa, uma família, querem almoçar e jantar", escreveu.