O novo Creta cresceu, avançou no conforto, conectividade, tecnologia e segurança. O visual e o interior foram aperfeiçoados. O novo conjunto propulsor fez a diferença no comportamento e consumo de combustível no Platinum com que rodamos cerca de 1.400 quilômetros por estradas gaúchas e catarinenses. O Hyundai Creta Platinum 1.0 turbo 2022 tem preço de R$ 141.990.
O design foi atualizado com mudanças na grade hexagonal prata com borda cromada, conjunto óptico com luzes diurnas em LED, capô, caixas de rodas e lanternas traseiras também em LED. As modificações visuais provocaram discussões. A versão que testamos foi a mais completa com o motor 1.0.
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Os aperfeiçoamentos chamaram a atenção da jornalista Priscila Nunes, principalmente na grade frontal que, para ela, pareceu o carro ter tomado "suplemento alimentar".
Brincadeiras a parte, classificou a traseira com um estilo mais futurista. Também o grupo ótico com as luzes diurnas em LED.
Interior e acabamento
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Mais comprido e largo em relação ao modelo anterior, o Creta 2022 tem 4,30 metros de comprimento, 1,79 m de largura e 1,63 m de largura. A distância entre eixos também cresceu e passou para 2,61 m, o que aumentou o espaço interno. O porta-malas perdeu nove litros os 422 litros acomodaram com folga nossa bagagem.
Acesso por aproximação e partida por botão, o interior é escurecido. Priscila gostou do acabamento mais sofisticado, bancos e console central. Para ela, o revestimento nos tons marrom e bege foi um colírio para os olhos. O console mais elevado e o painel central voltado para o condutor melhoram a visualização e o comando. O freio de estacionamento eletrônico abriu espaço no console central.
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A direção elétrica e o volante multifuncional de base reta combinados com os ajustes do banco facilitaram a condução na estrada, principalmente nas distâncias mais longas. Os bancos são revestidos em couro sintético e ventilados. O ar-condicionado automático digital com saída para o banco traseiro foi eficiente nos dias mais quentes.
O quadro digital de instrumentos de sete polegadas colorido mostrou no centro, as imagens das câmeras de monitoramento de ponto cego, o que aumentou a segurança. Também mudou de cor e configuração acompanhando o modo de condução.
Conectividade
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A nova central multimídia BlueNav conta com tela maior, de 10,25 polegadas sensível ao toque e comando por voz. Interativa com Android Auto, Apple CarPlay e aplicativos, traz navegação integrada. Brinquedo preferido da Priscila, aproveitou o percurso no litoral catarinense para usar exaustivamente o multimídia e aprovou a possibilidade de escolher entre usar o sistema de navegação do próprio carro ou usar o aplicativo do smartphone. A recarga do celular foi por indução.
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A visão 360 graus com imagens das câmeras de ré, frontal e lateral ajudou na estrada, em especial nos trechos com velocidade de 110 quilômetros por hora. O sistema permite até oito modos de visão e simula vista aérea. Para Priscila, a visão panorâmica foi útil na hora de estacionar o carro.
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O teto solar panorâmico com acionamento elétrico foi outro ponto positivo do Creta. Como Priscila, gostei da ampla aérea que, deixou o carro mais iluminado. Bom para ler um livro durante a viagem, por exemplo, mas o que ela não fez. O acionamento elétrico do freio de estacionamento abriu espaço para porta-objetos no console.
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O novo sistema de conectividade remota Bluelink nos permitiu fazer diversas operações e serviços pelo celular. Ligamos e desligamos o carro e o ar-condicionado, utilizamos o comando de voz para executar funções e até localizamos e rastreamos o Creta pelo aplicativo.
Comportamento e segurança
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O motor de três cilindros 1.0 turbo flex fez a diferença em relação ao anterior. O câmbio automático de seis velocidade com troca sequencial de marchas distribuiu bem os 120 cv (etanol ou gasolina) nas rodas dianteiras. A força (torque) maior de 17,5 kgfm melhorou as retomadas de velocidade e facilitou ultrapassagens.
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O comportamento do Creta nas ruas foi perfeito para um utilitário esportivo compacto. Deu conta do recado no uso do dia a dia, como classificou a jornalista, indo bem nas situações comuns do trânsito, com buracos, quebra-molas e subidas.
Os pneus de uso misto 215/60 R17 não comprometeram o conforto no asfalto, mas sentiram o pavimento irregular. O Stop & Go colaborou no redução do consumo de combustível.
Percebemos o aumento da segurança do Creta com o auxilio dos recursos eletrônicos de segurança. Como Priscila enfatizou, encarar a BR 101 foi mais fácil, dessa vez. Como é uma estrada perigosa, a tecnologia nos ajudou e colaborou para uma viagem segura e tranquila por mais de mil quilômetros. O nível de ruído interno acompanhou o aumento da velocidade.
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Numa estrada infestada de pardais (radares), o Waze e controle eletrônico de velocidade foram decisivos para evitar o risco de multas. Perdemos a conta por quantos passamos até Itapema. A jornalista, que prefere comandar o motor pelo acelerador, terminou aderindo ao piloto automático. A projeção das imagens laterais no centro do quadro de instrumentos facilitou as trocas de pista.
O motor respondeu rápido e de maneira eficiente nas acelerações e retomadas. Concordamos que o Creta foi seguro, bom de dirigir e entregou muita estabilidade, mesmo em pista molhada, em dias de chuva como ocorreu em Santa Catarina.
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O consumo de combustível também melhorou com o motor turbo. Pelo Inmetro, as médias são de 11,6 km/l na cidade e 12 km/l na estrada. No teste, variaram de 9,6 km/l a 11,9 km/l acompanhando o fluxo do trânsito urbano. Na estrada, em velocidade constante, ficaram de 13,6 km/l a 14,9 km/l (80 km/h), a 11,5 km/l a 12,9 km/l (110 km/h).
Conclusão
O Creta evoluiu com os aperfeiçoamentos, visuais, no interior e, em especial, no conjunto propulsor. A versão avaliada, a Platinum, é a mais completa com o motor 1.0 turbo que melhorou o desempenho e reduziu o consumo de combustível. Como sempre, na decisão de compra, o custo/beneficio deve ser decisivo.