O previsto aconteceu e a venda de veículos em 2020 despencou 26,16% em relação a 2019. Reflexo da pandemia do coronavírus, que comprometeu a economia brasileira e parou a cadeia automotiva, foi a primeira queda nos últimos cinco anos e o pior resultado desde 2006. Pelos dados divulgados pela Fenabrave, a entidade dos concessionários, nesta terça-feira (5), foram registrados 2.058.315 automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus em 2020.
Parada compulsória
O ano da cadeia automotiva começou em alta, mas, como a economia brasileira, foi abalado pelos reflexos a covid-19 e do distanciamento social. As montadoras, concessionários e fornecedores pararam por quase três meses. A maioria dos Detrans também não funcionou. Abril foi o pior mês da história do setor desde 1957, com a produção de apenas 1.847 veículos e queda de 99,3% em relação ao mesmo mês de 2019. O licenciamento também teve queda livre, de 76%, com 55.735 registros. Foi o menor resultado do ano.
A lenta recuperação começou em junho, e, apesar da queda em 2020, o setor respirou aliviado nos últimos meses do ano.
O resultado só não foi melhor pelo cumprimento dos protocolos sanitários e pela falta de peças e componentes, que reduziram a produção e a oferta de veículos.
Dezembro, apesar do menor número de dias úteis, fechou com o melhor resultado do ano passado. Foram vendidos 244.004 automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, um crescimento de 8,43% em relação a novembro, mas uma queda de 7,06% no comparativo com o mesmo período de 2019.
A taxa de juros baixa, o auxílio emergencial do governo, que movimentou a economia e reduziu a inadimplência, e a melhora na oferta de crédito estão entre os fatores apontados pela Fenabrave como favoráveis à decisão pela compra de veículos.
Previsão para 2021
A Fenabrave trabalha com a continuidade do crescimento da venda de veículos e da recuperação do mercado e estima que 2021 poderá fechar com resultado positivo de 16,6%. Mas adverte que ainda existem incertezas que poderão repercutir nas projeções.