Do pioneiro EcoSport, lançado no começo dos anos 2000, os utilitários esportivos avançaram a partir da década seguinte e já representam mais de 25% dos emplacamentos no país. São mais de 40 modelos nacionais e importados, dos pequenos e compactos aos grandes de sete lugares com preços de pouco mais de R$ 35.000 a cerca de R$ 800.000. Em maio, com a pandemia do coronavírus e as peculiaridades do distanciamento social, dos 44,1 mil automóveis e comerciais leves emplacados, os 14 mil SUVs representaram 31,8% do mercado. Pela primeira vez na história, superaram os hatchs.
Os utilitários esportivos ignoraram o covid-19. A maioria teve menor perda nas vendas e ganhou mercado. O Chevrolet Tracker, lançado em março, mexeu com a concorrência. Em apenas três meses, saltou da 11ª posição geral, em maio, para 3º na primeira quinzena de junho. O Hyundai Creta também teve excelente desempenho e avançou de 18º para quinto.
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Dos 20 carros mais vendidos no pais na primeira quinzena o mês, oito foram utilitários esportivos.
Os irmãos Jeep Renegade e Compass desde que foram lançados, quase sempre estiveram entre os 10 mais vendidos ou muito próximos.
A popularização dos utilitários esportivos no mercado segue a tendência mundial onde puxam o crescimento das vendas e canibalizam hatchs, sedãs e stations wagons.
Concorrência acirrada
Nesta semana, a Mitsubishi apresentou o novo Pajero Sport. Na próxima será a vez do Volkswagen Nivus que, no segmento de entrada, será um dos trunfos da montadora para brigar pela liderança de vendas.
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Na lista de lançamentos de utilitários esportivos estão cerca de dez nos próximos meses. A Volkswagen, além do T-Cross, do Nivus e do Tiguan, do terá um novo modelo, o Tarek. A pioneira Ford trará da China o Territory. Da FCA, a Fiat terá o seu modelo e a Jeep produzirá o novo Compass de sete lugares. A General Motors deverá ter novo modelo de entrada, a Citroën o C5 Aircross, a Renault o novo Duster, entre outros.
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Os estrangeiros também estão de olho no segmento. Audi, que lançou a nova geração do Q3 no começo do ano, terá os RS Q3 e RS Q8. Os Jeep Renegade e Compass híbridos deveriam chegar no segundo semestre mas pelas dificuldades criadas pela pandemia do coronavírus ficaram para 2021.
A previsão de executivos do setor automotivo é de que nos próximos dois anos, os crossovers e utilitários esportivos cheguem à participação de 30% do mercado dividindo a liderança com os hatchs. Situação próxima a dos Estados Unidos e de países europeus onde fabricantes como Ford e General Motors aumentaram suas linhas de utilitários esportivos pelo maior valor agregado e rentabilidade.
Conforto, segurança e tecnologia
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Na estrada aberta pelo Ford EcoSport, em 2003, que liderou por cerca de dez anos, a concorrência dos novos modelos nacionais e estrangeiros aumentou rapidamente. Chegaram modelos da Audi, BMW, Chevrolet, Caoa Chery, Citroën, Honda, Jeep, Hyundai, Kia, Jaguar, Landr Rover, Mercedes-Benz, Land Rover, Peugeot, Porsche, Renault e Volkswagen, entre outros.
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Com a proposta de veículos rústicos para rodar em qualquer terreno, os utilitários esportivos evoluíram, ganharam, conforto, sofisticação e tecnologia.
Das aventuras fora de estrada invadiram as cidades e, em pouco tempo conquistaram os consumidores.
A sensação de segurança, a posição mais alta de dirigir com ampla visibilidade externa, o espaço e conforto atraiu os consumidores. Em especial as mulheres como veículo ideal para levar as crianças e amigos ao colégio, para compras no supermercado e viagens com a família nos finais de semana.
A principal característica, a de rodar fora de estrada, perdeu terreno. A maioria dos modelos dispensa a tradicional tração 4x4. Os crossovers, derivados de automóveis, dominam o mercado.