Seu nome de craque é Ricardinho. Ele sai de Belo Horizonte a fazer malabarismos com a bola pelo mundo à fora e aportou na Copa do Mundo. No Catar, entre os dias 14 e 17 de dezembro, pretende ganhar ou ratificar um título mundial, o de recordista de embaixadinhas que atualmente já detém — com 48 horas ininterruptas.
A façanha de chegar a 72 horas tem o apoio de um sheik catari e fiscalização oficial do Guinnes Book. Ricardinho e sua bola foram atrações nos arredores do Estádio Lusail antes da derrota do Brasil para Camarões.
As delícias da Copa
Fruto da tamareira, uma espécie de palmeira típica do norte da África e do Oriente Médio, as tâmaras são alimentos extremamente populares no Catar. Com preços bem mais camaradas do que os 90 reais o quilo, pelos quais são encontradas no Brasil, elas são oferecidas como cortesia a visitas e de acompanhamento do café arábico. Entre os produtos licenciados do Mundial, estão latas com deliciosas tâmaras com o símbolo da competição. É o suvenir mais delicioso da Copa.
Conmebol em baixa
O futebol sul-americano só sairá em alta desta Copa se Brasil ou Argentina se tornarem campeões. Antes do Mundial, o Peru já havia sido eliminado pela Austrália na repescagem. Passada a primeira fase, o que se tem são dois países africanos, dois asiáticos e mais a Austrália classificados. Esta equiparação é ruim para os afiliados da Conmebol.
Os tabus
Contra Camarões, pela primeira vez, os brasileiros perderam em uma Copa para um país não europeu ou sul-americano. O Brasil jamais ganhou um Mundial tendo derrota na campanha. Aí está um tabu quebrado no Estádio Lusail e outro que precisará ser derrubado para que venha o Hexa no mesmo local.
Coreia inesperada
Por mais que possa ser dito pela delegação brasileira que se sabia que a Coreia do Sul tinha chances de classificação, o jogo da próxima segunda-feira não era tratado como uma grande probabilidade. O amistoso entre as duas seleções, que teve vitória do Brasil por goleada de 5 a 1 em junho passado, não gerará otimismo público, até porque já foi dito por Cléber Xavier que os coreanos mudaram muito.
Mas tranquiliza em relação a um clássico sul-americano contra o Uruguai, ou mesmo o enfrentamento que não aconteceu diante de Gana. Por linhas tortas, não enfrentar europeus e ter os coreanos e até o Japão como adversários na fase de preparação pode render alguns dividendos.
Abatimento nítido
Não poderia ser diferente. Tite estava abatido na entrevista coletiva após a derrota para Camarões. Ele não usou o clichê de que "lições foram aprendidas", preferiu falar de surpresas acontecidas no Mundial e apontou a falta de efetividade ofensiva brasileira como principal ponto a ser corrigido. Ainda que o time vá mudar praticamente todo para enfrentar a Coreia do Sul.
O semblante fechado e contraído, porém, já vinha do jogo na primeira etapa. Havia uma preocupação flagrante no treinador que teve diálogos constantes e sem muitos gestos com seus pares de comissão técnica.