A diretoria do Grêmio não confirma e, aliás, nega qualquer interesse pelo uruguaio Facundo Torres. O procurador do atleta se mostra simpático ao clube gaúcho, mas também garante desconhecer alguma sondagem. Tais negativas deveriam criar nos gremistas pelo menos o sentimento de que "bem que poderia ser verdade".
Desejar ou especular o meia, que também joga de atacante, é pensar em um jovem talentoso, de excelente conceito em seu país e com moral na própria seleção nacional que disputa a Copa América. Uma prova disto é que ele foi dos primeiros atletas a concederem entrevista coletiva na competição, junto com nomes como Cavani, Godin e Luís Suárez.
Ainda que com apenas 20 anos, Facundo Torres tem um presente bem afirmado no Peñarol e significa provavelmente uma bolada de dinheiro numa futura negociação. Longe do alcance do Grêmio, o preço superior a US$ 10 milhões numa negociação ou o dobro, pagando a multa rescisória, é uma ducha de água fria na busca de uma solução para o meio-campo gremista.
Podendo também jogar avançado pela esquerda, Torres chama a atenção por suas ações pelo meio. Na atual seleção uruguaia, disputa posição diretamente com o flamenguista Arrascaeta, tendo entrado no lugar deste nos dois jogos da Celeste.
A diretoria gremista não admite o nome do uruguaio como reforço, mas deverá sair do mercado brasileiro para contratações, e uma das posições prioritárias é exatamente aquela na qual um dia se confiou em Jean Pyerre e que Facundo Torres mostra no Peñarol que sabe, ao seu modo, executar.
Mesmo que a busca de um atleta de 20 anos por um preço tão alto signifique um risco igualmente gigante, basta falar com um uruguaio para começar a entender o valor. Especular um jogador destes mostra boa visão. Tentar contratá-lo é ousadia. Trazê-lo é uma conquista.