É costume em países como a Argentina ou Uruguai os jogadores, mal saídos da base, ganharem apelidos. Maradona era "Pibe de Oro" ou "El Pelusa". Francescoli foi o "El Príncipe", D'Alessandro ficou conhecido por "Cabezón" e Kannemann veio de seu país como "El Viking".
No Brasil isto não é tão intenso e até há rançosos que detestam este hábito. Mas o momento da dupla Gre-Nal, com dose justa de euforia pela volta de dois ídolos, permite que haja a empolgação de saudar ao estilo portenho os repatriados.
Taison fez o possível para retornar ao Inter e cumpriu o compromisso. Já teve oportunidade de jogar e mostrou que qualificará a equipe. Também chamou a atenção por ser distinguido com a camisa 10 que foi de seu amigo D'Alessandro e com a braçadeira de capitão. Este fato é emblemático para quem já chegou ídolo e passa a ser um líder inconteste no campo. Desde já, porque não ter um apelido relativo a esta liderança? É o "Capitaison".
No lado tricolor está retornando uma figura com história semelhante à de Taison no que diz respeito à intenção e o esforço de voltar ao seu clube de origem. Douglas Costa frequentou os principais pódios do futebol da Europa, mas resolveu buscar títulos que não ganhou pelo seu Grêmio.
Quanto à bola que joga, nem é preciso comentar. Foram os gremistas os primeiros a vê-la, lá em 2008, quando o guri de 18 anos entrava no time com a camisa número 32, a mesma que no esporte mundial ficou imortalizada pelo supercraque do basquete norte-americano Erwing "Magic" Johnson. Naquela época o jovem foi chamado timidamente de "Magic Douglas".
Os apelidos são tentativas positivas de valorizar jogadores, criando maior intimidade com o torcedor. Dizer que no primeiro Gre-Nal do Brasileirão podemos ter "Magic Douglas" enfrentando o "Capitaison" é mostrar com o bom humor dos trocadilhos o quanto é importante ter de volta valores nascidos dentro dos nossos maiores clubes.
Nestas duas iniciativas, ganharam todos. O futuro dirá quem teve melhor resultado. Isto, por enquanto, é irrelevante.